Capitão do Manchester United diz que os jogadores têm de responder em campo, mas admite que ninguém gosta de ouvir críticas
Finalmente, o Manchester United teve uma noite bem conseguida em Old Trafford.
A goleada sobre a Real Sociedad por 4-1, com quatro golos portugueses, valeu o apuramento para os quartos de final da UEFA Europa League, e teve um protagonista destacado: Bruno Fernandes.
O médio português marcou os três primeiros golos dos red devils no encontro e no final ainda saiu em defesa do plantel, que nos últimos dias foi muito criticado por Jim Ratcliffe, proprietário do clube, que disse haver alguns jogadores que não são suficientemente bons e que recebem demasiado bem.
«Os jogadores têm de estar focados em melhorar e fazer bem as coisas no campo. É claro que ninguém gosta de ouvir que não é suficientemente bom, ou que recebe mais do que merece. Cada um tem o seu contrato, que foi acordado com o clube quando os jogadores chegaram. Cabe aos jogadores mostrarem que merecem continuar no clube», começou por dizer, na zona mista.
Internacional português fez um 'hat trick' frente à Real Sociedad, em Old Trafford, e garantiu a presença da equipa de Ruben Amorim nos quartos de final da UEFA Europa League; Diogo Dalot também marcou no final
O português foi questionado se concorda com os elogios de que foi alvo e merece ver mais progressos na equipa por tudo que dá, mas recusou colocar-se num patamar distinto dos demais.
«Eu mereço tanto como os meus companheiros. Estamos todos no mesmo barco. Não importa os golos ou as assistências que cada um faz. Trata-se do sucesso do clube. Claro que eu quero ganhar troféus, não sou estúpido para dizer que não quero ganhar. Quero estar nas maiores competições e lutar pelos principais títulos. Foi isso que disse ao clube e o que eles me disseram a mim», declarou, deixando recados para todos os responsáveis do clube.
«Os jogadores têm de ir para o campo tentar ganhar; e o clube tem investir, trazer jogadores, libertar jogadores, ou fazer aquilo que quiserem fazer. Não me cabe a mim dizer quem é bom para vir, ou não é suficientemente bom para continuar no clube. Isso é o papel do staff técnico».
Bruno Fernandes assumiu também que teve a possibilidade de se transferir no início da época, mas que decidiu permanecer para ajudar o clube que representa há seis épocas.
«Sentei-me com o clube porque tive uma proposta para sair e falámos da possibilidade de deixar o Manchester United ou ficar. Eles disseram-me o que queriam de mim e eu quis saber se ainda me viam como parte do futuro do clube. Foram muito claros comigo, tanto o clube como o Ten Hag, na altura, disseram-me que me viam como uma parte importante da reconstrução que queriam fazer. Ouvi-os, achei que podíamos ter sucesso, infelizmente a época não começou da melhor forma, o anterior treinador foi despedido pelos resultados e agora temos um treinador que tem outras ideias. E é sempre uma honra para mim representar este clube», assegura.
A terminar, o médio de 30 anos foi confrontado com as palavras de Roy Keane, que criticou a liderança que Bruno Fernandes tem do grupo enquanto capitão, mas desvalorizou as palavras do histórico jogador.
«Todos têm direito à sua opinião e eu não tenho de mudar o pensamento de ninguém. O Roy Keane foi um dos melhores capitães que o Manchester United teve, segundo todos dizem. Ganhou tudo pelo clube e tem todo o meu respeito. Pode dizer o que entender num programa, a mim resta-me ir para dentro do campo e tentar fazer alguma coisa que ele veja como positiva. Faço as coisas à minha maneira, não copio ninguém. Tento ser o melhor capitão possível e ajudar os meus companheiros da melhor forma. Tenho muitas coisas para melhorar e não apenas como capitão», terminou.
Treinador do Manchester United elogiou bastante o seu compatriota, que fez um 'hat trick' à Real Sociedad e garantiu o apuramento para os quartos de final da UEFA Europa League
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