Farense-Benfica, 1-2 Bruno Lage: «Não foi uma exibição brilhante, mas foi consistente»
Na sala de imprensa do Estádio Algarve, o treinador do Benfica valorizou a prestação dos seus jogadores num ciclo de três jogos seguidos e o mérito do Farense em manter a incerteza no resultado até final. Elogios a Ricardo Velho
Bruno Lage concorda que o Benfica não efetuou uma exibição «brilhante» no triunfo (1-2) sobre o Farense no Estádio Algarve, na linha das anteriores, mas salientou a passagem de um ciclo de três jogos (Rio Ave, Santa Clara e Farense) com nota positiva. Referiu ainda que a substituição de Bah ao intervalo deveu-se a um «pequeno desconforto» do lateral. Lage deixou elogios a Ricardo Velho, que viu pela primeira vez ao vivo. Fique com tudo o que disse o treinador dos encarnados na sala de imprensa
- Que análise faz ao jogo e o que fez a diferença para o Benfica vencer?
«Sabíamos das dificuldades, porque temos visto o Farense a crescer, a forma como joga, como pressiona, além da dificuldade deste ciclo de Rio Ave, Santa Clara e Farense, com apenas dois dias entre jogos, o que poderia criar alguns problemas. A equipa até entra muito bem no jogo. Nós fizemos algumas alterações à procura disso, de frescura, de dinâmicas diferentes e de pressionar o Farense de maneira diferente. Acho que resultou muito bem, porque temos logo uma pressão muito boa aos três minutos em que o Di Maria recupera a bola na zona central e podíamos ter feito melhor. Tentámos sempre procurar o espaço e há um momento em que sofremos o golo. Acho que podíamos ter sido mais fortes, quer no confronto individual quer também no cruzamento.»
«Realçar depois a capacidade da equipa por ter rapidamente criado oportunidades de golo, ainda na primeira parte marcar o golo do empate e, depois fazer alguns reajustes para surpreender o adversário. Penso que o conseguimos, a segunda parte ainda é melhor da nossa parte por aquilo que fizemos, a forma como pressionámos, as alterações que fizemos, quer dentro do campo, quer com a entrada do Beste e a forma como começámos a pressionar. Com alguma naturalidade, marcámos o 2-1, podíamos ter feito mais um golo – e agora, depois de o ver ao vivo, percebo todas as opiniões que se tem do guarda-redes do Farense [Ricardo Velho], que fez duas defesas muito boas.»
«Com o 2-1, o jogo fica dividido e podíamos ter feito um maior controlo. Fica fácil de admitir que nos minutos finais, com o jogo dividido, o Farense tem uma bola que cruza toda a nossa área. Podíamos ter feito o terceiro, mas o mais importante é olhar para este ciclo de jogos em que fizemos Rio Ave com dois dias de intervalo, Santa Clara, com dois dias de intervalo, e Farense, marcámos 10 golos, sofremos um, somámos seis pontos e passámos à final four [da Taça da Liga]. Fechamos este ciclo satisfeitos e agora temos quatro dias para preparar o jogo com o Bayern Munique.»
- A saída de Bah deveu-se a algum problema físico ou foi por opção tática?
«Sentiu um ligeiro desconforto e a nossa intenção, ao intervalo, era passar a jogar apenas com dois médios. Sabendo do desconforto do Bah, nada de especial, e mais dois ou três jogadores a acusarem muita fadiga, em particular os que têm jogado mais. Percebendo que o Fredrik [Aursnes] podia fechar por ali e depois atacar por dentro, passámos a defender praticamente a três, com Tomás [Araújo], Nico [Otamendi] e Carreras, e ter na direita dinâmica por dentro e por fora com o Di Maria, e à esquerda com Beste e Akturkoglu.»
- O Benfica leva os três pontos, mas deu margem no final para que o Farense pudesse conquistar um. Tem a ver com o desgaste desse ciclo de três jogos ou foi por mérito do Farense?
«Primeiro, há mérito do Farense, porque tem feito uma evolução muito boa. Conheço o treinador, conheço a sua qualidade e penso que vai fazer um bom trabalho. E depois também pela sequência de jogos, com apenas dois dias [de diferença]. Se vocês forem ver ao longo da Europa no dia de hoje, quantos resultados surpreendentes daquelas equipas que jogam a meio da semana, com intervalos curtos. Quatro dias seria o ideal, não é possível fazer. O mais importante é olhar para o ciclo e perceber que marcámos dez golos, sofremos um, somamos seis pontos e passámos à final four [da Taça da Liga].»
«Não é uma exibição brilhante como a que fizemos com o Rio Ave ou a segunda parte, com golos, que fizemos com o Santa Clara, mas é uma exibição consistente. A crescer da primeira para a segunda parte, valorizar mais uma reviravolta no marcador e perceber que podíamos ter feito mais cedo o terceiro golo. E quando levamos o resultado de 2-1 para o final, damos sempre esperança ao adversário para tentar marcar o golo do empate.»