Boavista: Filipe Miranda apresenta candidatura com apoio de fundo de investimento

Sob o lema ‘Boavista, Num Xadrez de Novas Conquistas’, o atual diretor de futsal das panteras deu a conhecer aos sócios o projeto que vai concorrer às eleições para o triénio 2024/2027

Filipe Miranda formalizou, este sábado, durante a tarde, no túnel de acesso à bancada norte do Estádio do Bessa, a candidatura às próximas eleições do Boavista, ainda sem data definida, que deverão realizar-se em janeiro de 2025.

O gestor financeiro de 45 anos tem uma forte ligação ao emblema axadrezado, sobretudo no futsal. Foi na modalidade que ganhou a alcunha 'Buffon', quando era guarda-redes. Atualmente desempenha funções de gestor na Mercafish, empresa com sede em Matosinhos, cargo que acumula com o de diretor desportivo do futsal das panteras

A candidatura apresentada por Filipe Miranda assenta em quatro pilares: transparência, credibilidade, competitividade e reconhecimento.

Um dos grandes trunfos da lista é o fundo de investimento que o gestor garante caso seja o vencedor do ato eleitoral, numa altura em que o clube atravessa graves problemas do foro financeiro. «Temos um acordo fechado com um fundo de investimento que vai permitir a libertação de bloqueios e penhoras, para que possamos gerir o nosso dinheiro, as nossas receitas, algo que o Boavista não consegue atualmente», afirmou Pedro Cortez, candidato a vice-presidente e CEO.

Durante o discurso dirigido às centenas de associados presentes, Filipe Miranda revelou que, esta sexta-feira, numa reunião com a atual direção, Vítor Murta incitou-o a desistir da candidatura, não dando mais detalhes sobre o sucedido, à margem do evento, aos jornalistas presentes. «A direção do Boavista, na pessoa do seu presidente, numa reunião realizada ontem, numa clara tentativa de dissuasão, disse que este projeto era indesejável, mas estão enganados. Saí mais convicto do que nunca!»

«Se os primeiros 100 anos de história nos enchem de orgulho e vaidade, os últimos anos de vergonha. Conto com o amor, paixão e resiliência de todos vocês», atirou ainda.

Antes de Filipe Miranda discursar, tomaram a palavra Álvaro Braga Júnior, candidato a presidente da Mesa da Assembleia Geral, e Pedro Cortez, que irá assumir o papel de vice-presidente da Direção e CEO, caso a lista vença as eleições.

Álvaro Braga Júnior identificou alguns dos maiores problemas que o Boavista tem enfrentado. «Uma das nossas preocupações está relacionada com os relatórios e contas. O relatório de 2021/22, como sabem, foi chumbado a 27 de abril na Assembleia Geral. Ainda não houve outra AG para que possa ser corrigido. O de 2022/23 nem sequer foi agendado. Estamos a falar de um clube que não tem contas aprovadas, e o artigo 66 dos estatutos diz que as contas devem ser apresentadas em AG 30 dias após o final do exercício anual. Há aqui dois responsáveis: o presidente da direção e o presidente da Mesa da Assembleia Geral», frisou.

Já Pedro Cortez deixou bem clara a missão da candidatura: «A nossa missão é de corte com o passado. A gestão dos últimos 22 anos da nossa história parece querer persistir, mas não o vamos permitir. Queremos uma mudança. Queremos que o Boavista, clube e SAD, passem a ser um só.»

O candidato a vice-presidente e CEO abordou ainda outros pontos essenciais da lista, como a aposta em energias renováveis, potenciação de receitas para o clube e organização de eventos no Bessa, com a criação da «maior sala de espetáculos coberta do Porto, Lisboa e Madrid.»

No final, Filipe Miranda prestou algumas declarações aos órgãos de comunicação social, esclarecendo, entre outros assuntos, o plano para os escalões de formação. «A equipa profissional não ocupa o relvado as horas todas. Com a inclusão do relvado sintético, nas horas livres, queremos trazer os nossos meninos para a nossa casa, sempre que os horários não coincidam com os de futebol de 11, que treina no relvado natural», explicou o candidato a presidente boavisteiro.

Há ainda no programa uma modernização do Bessa, com a reorganização das camadas jovens e a reabilitação do atual complexo desportivo.

Refira-se que caberá a Tavares Rijo, atual presidente da Mesa da Assembleia Geral, indicar a data do sufrágio, que poderá ser realizado em dezembro ou em janeiro do próximo ano. Até ao momento, apenas Filipe Miranda apresentou uma lista candidata às eleições do Boavista.