Di María voltou um pouco ao passado para recordar uma grande carreira feita na Europa e com os primeiros passos dados em 2007, na Luz, onde deverá continuar até 2025. «Quando cheguei ao Benfica havia grandes jogadores, mas acabei por encontrar o meu lugar», disse, em entrevista publicada neste sábado no jornal francês L’Équipe, horas antes de fazer o último jogo pela seleção argentina, na final da Copa América frente à Colômbia, em Miami, nos Estados Unidos. «Tenho a felicidade de dizer que joguei [com regularidade] em todos os clubes por onde passei. No Real Madrid havia estrelas incríveis, mas acabei por jogar também, mesmo com Benzema, Bale, Cristiano... encontrei o meu lugar ao lado de Modric e Xabi Alonso. O mesmo no Manchester United e no PSG com Messi, Neymar e Mbappé», sublinhou. Continuando a retrospetiva, o esquerdino apontou três treinadores que o marcaram: «Alguns ensinam-te mais tática do que outros, como Maradona, que jogava mais com a motivação. Foi fantástico ter trabalhado com Mourinho no Real Madrid, quanto a Ancelotti inventou uma posição para me colocar a jogar, apesar dos grandes jogadores que tínhamos no plantel. Hoje tenho 36 anos e continuo a aprender e tentar melhorar a cada dia.» Na capital espanhola alinhou ao lado de Cristiano Ronaldo e na seleção tem a companhia de Messi. Na avaliação que faz a ambos, a escolha de quem é melhor cai para o lado do compatriota. «Para mim, há uma certa distância entre Messi e Ronaldo, ainda que continuemos a falar de ambos mesmo um estando nos Estados Unidos e o outro na Arábia Saudita. Mas no final de contas o melhor é aquele que tem mais Bolas de Ouro e Messi tem oito», justificou. Faltando algumas horas para o adeus à albiceleste, Di María recordou o golo da final do Mundial em 2022 frente à França – «quando vi Lloris sair, lembrei-me do que me havia dito o treinador de guarda-redes [que o guardião francês tinha a tendência para cair para ao chão rapidamente]» – e justificou a decisão da despedida: «Depois de tudo o que conquistei com a seleção, hoje tenho a tranquilidade para dizer adeus. Ainda que, por outro lado, me doa porque a seleção é o lugar onde me sinto mais feliz. Dei tudo pela Argentina durante 15 anos, mas muitos jovens merecem a oportunidade de vestir esta camisola. É hora de me afastar e começar a pensar que há vida fora do futebol.»