O presidente da Liga, Pedro Proença, recordou os €214 M que o futebol profissional gerou em impostos na época 2021/22, para considerar, em mensagem de balanço da temporada 2022/23 enviada às redações, que clubes e SAD «não podem apenas ser grandes contribuintes do Estado». Na nota, em que felicita campeões e promovidos e deixa uma palavra de conforto aos despromovidos, o responsável máximo do organismo que gere o futebol profissional apontar «ser imperativo» Portugal recuperar o sexto lugar no ranking da UEFA (perdido para os Países Baixos) e enaltece a alegada «competitividade» dos campeonatos, tendo por argumento quase todas as decisões terem ficado para o último dia, ou quase – faltam os dois ‘play-off’, da Liga (Marítimo e Estrela da Amadora) e Liga 2 (B SAD e Lank Vilaverdense). Pedro Proença reconhece os condicionalismos e menor suporte dos clubes nacionais para lutarem de igual para igual com os restantes na UEFA, mas confia que o plano de ação que traçou para o quadriénio 2023/27 poderá continuar a levar o futebol na direção da evolução, no âmbito do qual enaltece o rigor do intervalo obrigatório de 72 horas entre dois jogos entre os clubes. Eis na íntegra, a mensagem deixada neste dia por Pedro Proença, que esteve no Algarve, no Estádio de São Luís, em Faro, a felicitar o Farense pela subida à Liga e assistiu, ainda ao jogo da 34.ª e última jornada da Liga 2 dos ‘leões de Faro’ com o Tondela: «Uma grande época – Mensagem do Presidente da Liga Portugal Jogaram-se, este fim de semana, as últimas jornadas da Liga Portugal bwin e da Liga Portugal SABSEG. Faltam, apenas, os dois Play Off para o final da temporada 2022-23. Altura de balanços, mas, primeiro, de congratular SL Benfica e Moreirense FC, campeões de Liga Portugal bwin e Liga Portugal SABSEG, respetivamente, as equipas que se qualificaram para as provas europeias, saudar as subidas de SC Farense (LP bwin), UD Leiria e Belenenses (LP SABSEG) e enviar mensagem de ânimo a quem não cumpriu objetivos. Todos, sem exceção, souberam honrar as competições profissionais. Mais uma vez, as grandes decisões ficaram guardadas para as últimas rondas, em ambas as competições, com incerteza constante na classificação, o que comprova bem a competitividade do Futebol Profissional. Foi uma época longa e todas as Sociedades Desportivas estão de parabéns pela resiliência demonstrada numa temporada atípica, dividida a meio por um inédito Campeonato do Mundo jogado no inverno, que virou o calendário do avesso. No início da temporada, lançámos o mote #Não Para e fizemos do aumento do Tempo Útil de Jogo uma prioridade da Liga Portugal. Observar os índices a subirem jornada após jornada e, mais importante, jogadores, treinadores e árbitros a contribuírem para esse desígnio tem de ser enaltecido. Não podemos competir na indústria do entretenimento sem apresentar um produto diferenciador e com maior qualidade. Temos a certeza de que esta mudança de mentalidade está para ficar. 2022-23 ficará marcado pela perda do 6.º lugar do ranking da UEFA para os Países Baixos. Esta descida não reflete uma eventual diferença de qualidade para os nossos adversários, e nunca é de mais referir o sistema injusto de apuramento de pontos, que coloca Liga dos Campeões e Liga Conferência ao mesmo nível, e que nos fez descer um lugar na lista, sistema esse criticado pela Liga Portugal desde a primeira hora. Mas, em cada ameaça, surge uma oportunidade. Temos plena confiança nas equipas que nos representam na Europa, sabendo que terão sempre no Regulamento de Competições um quadro que lhe dará todas as condições de se apresentarem ao melhor nível, seja pelas condicionantes no sorteio ou 72 horas de intervalo entre partidas. Temos plena confiança de que recuperaremos o sexto lugar do ranking da UEFA – é imperativo fazê-lo! -, mas não podem pedir aos nossos Clubes que façam o mesmo ou melhor na Europa sem que lhes sejam concedidas as mesmas condições dos nossos adversários. Diminuir custos de contexto da atividade é fundamental, nomeadamente num enquadramento fiscal duro para as Sociedades Desportivas. Em 2021-22 o Futebol Profissional contribuiu com mais de 214 milhões de euros em impostos, sem que essa importância estratégica seja reconhecida. Não podemos ser apenas (grandes) contribuintes do Estado. O Plano Estratégico 2023-27, já apresentado às Sociedades Desportivas, aponta os caminhos da nossa afirmação, para quatro anos que serão de transformação. A Liga Portugal irá a eleições no próximo dia 1 de junho, com lista única – a qual encabeço -, subscrita, pela primeira vez na história, pelas 34 Sociedades Desportivas. Sabemos onde estamos e para onde queremos ir. O Futebol Profissional está unido e coeso. Num quadro de responsabilidade, escrutínio e exigência, existe total confiança no rumo escolhido. 2022-23 está a ser uma grande temporada. Temos a certeza de que, com o apoio dos nossos Adeptos, figuras centrais em todas as decisões e a quem tudo devemos, 2023-24 será ainda mais espetacular.»