Na auditoria forense do FC Porto é publicada a tabela que identifica os montantes de comissão acordados nos movimentos de entrada, renovação e saída para jogadores selecionados para a amostra, bem como os montantes de comissão acima de 10% do valor de transação nas entradas, percentagem tida como referência tendo por base a consulta efetuada junto da FCP – SAD e os montantes de comissão acima dos Referenciais FIFA nas renovações (i.e., 3% da remuneração bruta) e nas saídas (i.e., 10% do valor de transação). Veja os dois quadros: Na análise da amostra, que incluiu 44 movimentos de aquisição envolvendo 32 jogadores e 35 movimentos de renovação envolvendo 23 jogadores, foi possível verificar que 95% das comissões acordadas tanto em processos de aquisição como em processos de renovação de jogadores foram superiores aos Referenciais FIFA - 3% da remuneração bruta estabelecida no contrato de trabalho – sendo o montante total de comissões superior aos Referenciais FIFA de 23.674.653€ para as aquisições e de 11.483.599€ para as renovações. De igual modo, a análise da amostra incluiu 22 movimento de venda, verificou-se que em 23% as comissões acordadas em processos de venda foram superiores aos Referenciais FIFA - 10% da compensação da transferência – sendo o montante total de comissões superior aos Referenciais FIFA de 13.180.063€. Refira-se ainda que, com referência aos jogadores integrantes da amostra, registaram-se montantes de comissão superiores a 10% do valor de transação nas entradas, totalizando 12.890.476€. PRÁTICAS DE RISCO A análise da amostra permitiu identificar oito situações em que os contratos de intermediação foram assinados na mesma data ou em data posterior à data em que foi celebrado o contrato de transferência ou o contrato de trabalho desportivo que visavam intermediar. No caso dos jogadores Danilo Pereira, Fábio Cardoso, Fidelis, Hyun- jun Suk, Iván Marcano e Sérgio Oliveira, os contratos de intermediação foram assinados na mesma data que os contratos de transferência ou contrato de trabalho desportivo. No caso dos jogadores Evandro e Yacine Brahimi, os contratos de intermediação foram assinados em data posterior à data do contrato de transferência. «Esta prática», explica o auditor «poderia revelar-se um risco para a FCP - SAD, tendo em consideração que as condições definitivas previstas nos contratos de intermediação deveriam ser do conhecimento da FCP - SAD na data de assinatura do contrato de intermediação ou do contrato de trabalho desportivo.» A comissão ao agente de Diogo Leite pela transferência do central para o Union Berlim foi paga antes da mudança efetiva do jogador para o clube alemão: «Adicionalmente, destaca-se que no caso do jogador Diogo Leite foi estabelecido um contrato de intermediação, tendo o valor associado a esse contrato de intermediação sido pago antes de se ter efetivado o movimento que dava origem ao pagamento da comissão.
