Sem dizer nada ao filho para não o incomodar nesta fase das grandes decisões, Artur Amorim aventurou-se num salto à loja do SC Braga no centro da cidade para tentar comprar bilhetes para a final da Taça de Portugal. É associado com mais de 50 anos de filiação e é pai de Artur Jorge, o treinador, avô de Artur Jorge, que joga nos Emirados Árabes Unidos e bisavô do pequenino Artur. Todos guerreiros como ele, senhor já na fasquia dos 80 anos e muito bem conservado. Artur Amorim não contava com tanta procura de ingressos para o jogo com o FC Porto e teve de sujeitar-se à espera habitual nestas circunstâncias e também ao ímpeto de alguns adeptos. Como é comum nestas histórias da compra de bilhetes, há situações delicadas nas longas filas que se vão formando, a espera provoca saturação, surgem muitos equívocos e o senhor Artur teve de lidar também com o clima tenso que por vezes se cria à volta de um simples bilhete. Dizem que é futebol, mas as coisas não deviam ser assim, sobretudo quando a falta de respeito adquire destaque... De qualquer forma, Artur Amorim conseguiu os ingressos para o Estádio Nacional e foi depois juntar-se à mulher, também guerreira desde sempre. São os sócios número 413 e 414 e têm ambos o cartão dourado do clube e o emblema alusivo a tão longa e intensa ligação. O gosto pelo SC Braga é tradição familiar e provavelmente não há outro clã tão dedicado a um clube como o círculo familiar de Artur Jorge se dedica ao símbolo do guerreiro. «Tenho grande orgulho na carreira do meu filho e ele já me disse que vamos ao Jamor para ganhar a Taça de Portugal!», diz o mais velho da família, obviamente encantado com o percurso de Artur Jorge em Braga e também do seu clube de sempre: «Chegou a vez dele.» Leia mais na edição impressa ou subscreva a edição digital de A BOLA.