O ataque do Benfica estará à beira de sofrer nova reviravolta. No dérbi, com o Sporting, em Alvalade, jogou de início Amdouni, não marcou, perdeu o lugar para Pavlidis na partida com o SC Braga, mas o grego saiu também em branco. Arthur Cabral saltou do banco ao intervalo, fez toda a segunda parte, marcou e agora parece bem posicionado para assumir o ataque dos encarnados, quarta-feira, em Leiria, na meia-final da Taça da Liga, com o SC Braga. A carreira no Benfica do rei Arthur, alcunha que ganhou quando fez alguns golos importantes na temporada passada, tem sido de constantes altos e baixos, muitas vezes não confirmando como titular a qualidade que demonstra quando parte como suplente utilizado, altura em que muitas vezes acrescenta coisas boas ao ataque. Parece, pois, tempo de nova oportunidade, situação curiosa para um jogador que em dezembro parecia estar em último na hierarquia dos pontas de lança e que abre o ano em forma. Mais: a saída em janeiro, uma forte possibilidade, mesmo para o jogador, desejoso de palcos em que possa jogar mais vezes e mais tempo, pode muito bem ser congelada, face às necessidades da equipa. Arthur Cabral poderá beneficiar, igualmente, de algum desencanto de Bruno Lage em relação aos dois outros homens da frente de ataque. Depois do dérbi, o técnico mencionou um lance em que Amdouni não fez o que gostaria que o internacional suíço fizesse — «Tivemos excelente oportunidade de golo aos 9 minutos, com Zeki à entrada da área. Entra na área e pode fazer, em situação normal remata, é oportunidade muito boa» — e após a derrota com o SC Braga atirou-se à finalização com unhas e dentes para justificar o resultado. «Não tem a ver com a estratégia, tem a ver com a forma como jogamos e com aquilo que concretizamos, nós temos é de fazer mais golos, isso é que transforma o jogo. Ao termos oportunidades e ao não marcarmos, não transformamos o jogo. Tivemos muitas oportunidades, criámos muitas oportunidades, temos é de marcar golos. Neste jogo tínhamos de marcar golos e não tínhamos de perder este jogo.» Depois destas palavras, e com golo na partida, uma autoestrada foi aberta para Arthur Cabral. CONCORRÊNCIA EM APUROS Pavlidis tem sido quase sempre o preferido de Bruno Lage, que defendeu com unhas e dentes o internacional grego do Benfica vezes sem conta e em diferentes salas de Imprensa, mas a paciência do treinador parece ter-se esgotado com os maus resultados da equipa. Em Alvalade, Pavlidis perdeu a titularidade para Amdouni, que também ouviu elogios sem conta do treinador, mas perdeu rapidamente o estatuto depois do jogo em branco com o Sporting. A confiança neste dois homens não terá desaparecido, mas Lage estará, pelo menos, disposto a fazer justiça a Arthur Cabral, recompensando quem fez golo em detrimento da 'seca' de Pavlidis e Amdouni nos últimos jogos do Benfica.