As reações das treinadoras do Benfica, Filipa Patão, e do Sporting, Mariana Cabral, ao dérbi da 17.ª jornada da Liga, este domingo, no Estádio da Luz – que proporcionou um novo recorde nacional de assistência em jogos de futebol feminino, com 27.221 espectadores nas bancadas do recinto encarnado, em Lisboa -, foram, naturalmente, díspares, após a vitória das leoas, por 1-0. «Só sendo uma equipa, como fomos, conseguiríamos ganhar. Nunca é fácil jogar aqui, perante este adversário. Estávamos conscientes de que teríamos de estar muito concentradas e sermos muito melhores quer a defender, quer a atacar. E todas se ajudaram umas às outras, como tem, sempre, de ser», afirmou, no final a técnica do Sporting, Mariana Cabral, esclarecendo que a substituição de Chandra, ao intervalo, se deveu a lesão da jogadora. «Os dérbis são sempre jogos muito equilibrados. Não éramos as piores do mundo quando viemos aqui e perdemos 0-5, também não somos as melhores porque vencemos desta vez. Importa é percebemos que a competência defensiva foi boa e que podemos contar com esta equipa para o futuro. Na segunda parte, já nos faltaram algumas forças, o que é normal. Jogar em Alvalade, também? Claro, o futebol feminino tem de estar nos maiores palcos. E elas merecem. Estou muito orgulhosa das jogadoras e da equipa», concluiu Mariana Cabral, lançando o repto aos dirigentes leoninos para, à semelhança do que fizeram Rui Costa e a direção encarnada, arriscarem agendar o próximo dérbi do Sporting em casa para a ‘casa’ habitual, e não para um palco de menor lotação. Quanto a Filipa Patão, a treinadora do Benfica promete que as águias vão continuar a lutar com quantas forças têm. «Fica de positivo mais um recorde de espectadores num jogo de futebol feminino em Portugal, com o Benfica, uma vez mais, a dar o mote. Todos os clubes têm de promover estes momentos. Só posso agradecer pelas pessoas que cá vieram à Luz, só me entristece não termos podido oferecer, como queríamos e tentámos, a vitória aos nossos adeptos», afirmou, no final, a técnica das encarnadas. «O golo do Sporting marcou o resto do jogo, numa altura em que tínhamos remetido o adversário para a sua grande área. Perdemos um pouco a paciência e os processos. Ainda procurámos reagir, mas demorámos a consegui-lo, fruto da ansiedade. E quando, por fim, começámos a estabilizar o jogo, tivemos algumas ocasiões de golo. mas não conseguimos marcar. Alguma intranquilidade que sentimos é mérito do Sporting», admitiu Filipa Patão, ressalvando o óbvio. «Não é habitual, para estas jogadoras, estarem nestes palcos e com tanta gente a ver. Acho que foi isso que sentiram. Peço aos adeptos que venham mais vezes, pois só assim elas poderão evoluir e crescer. A derrota? Mais cedo ou mais tarde isto iria acontecer: o Benfica não iria ganhar sempre. A equipa tem, sempre, capacidade de dar uma boa resposta, em todos os jogos! Não será isto que vai dobrar as nossas pretensões daqui para a frente», concluiu Filipa Patão, que desdramatizou a ausência de Pauleta na sua equipa: «As características das jogadoras e as jogadoras podem mudar, mas o processo não».
