Arthur Cabral está de pé quente e não precisa de jogar muitas vezes, nem muito tempo, para ir apontando os seus golos, para lançar dúvidas em relação à posição que deve ter na hierarquia de avançados do Benfica. O ponta de lança brasileiro de 26 anos destoa claramente dos concorrentes Vangelis Pavlidis e Zeki Amdouni, que não festejam desde 23 de dezembro (Estoril, Liga), e tanto facilita a vida à equipa e ao treinador Bruno Lage com golos apontados, como complica também de alguma forma os planos do clube para o mercado, que passam pela renovação do ataque. Mediante, no entanto, determinadas condições. E a mais importante condição para o Benfica mexer na frente de ataque passa precisamente pela saída de Arthur Cabral. Pela saída de Arthur Cabral, com encaixe financeiro, bem entendido. Venda imediata ou empréstimo com compra obrigatória. Abrir-se-ia uma vaga, o Benfica só teria de recorrer aos parceiros estratégicos na área da representação de jogadores e reclamar uma opção rápida e teoricamente indiscutível, que justificasse aposta. Poderá estar já claramente identificado um alvo, tendo em conta que os problemas no eixo atacante têm dado que falar praticamente desde o início da temporada. Pavlidis permaneceria, pois está fresco no clube, foi caro (€18 M) e ainda é visto como alguém que merece a oportunidade de lutar pela afirmação, Amdouni não pode ser mexido, porque trata-se de um empréstimo do Burnley, com opção de compra de 20 milhões de euros. Fica até ao final da época, depois será avaliada a sua permanência, ou não, no clube. Arthur Cabral tem, pois, toda a pressão sobre os seus ombros. Ele próprio já terá equacionado a saída para procurar palco que possa pisar com regularidade, mas de cada vez que parece na mó de baixo... recupera. Neste momento, com 6 golos em 637 minutos, contra os 7 golos em 683 minutos de Amdouni e os 7 golos em 1839 minutos de Pavlidis, não parece em desvantagem e até é o homem em melhor forma do trio da frente, o que acaba por ser de alguma forma contraditório, pois não tem assento garantido no onze, nem tão pouco no plantel. Do Brasil, de Inglaterra e de Itália, sobretudo deste último país, onde é bem conhecido e respeitado depois de uma boa temporada na Fiorentina, têm chegado notícias de interessados, mas a verdade é que custou 20 milhões de euros e o Benfica não parece disponível para deixá-lo ir por valor inferior a €15 milhões. de Itália, sobretudo deste último país, onde é bem conhecido e respeitado depois de uma boa temporada na Fiorentina, têm chegado notícias de interessados, mas a verdade é que custou 20 milhões de euros e o Benfica não parece disponível para deixá-lo ir por valor inferior a €15 milhões. Agora, todavia, não será apenas o dinheiro a estar em causa, pois o bonito golo ao SC Braga (na derrota por 1-2 para a Liga) e o golo de qualidade, acompanhado de boa exibição, com o Farense levantam também a dúvida desportiva. E se Arthur Cabral for, afinal, o ponta de lança de que a equipa precisa? Segue-se em breve o Famalicão para a Liga e Bruno Lage fará novas escolhas. O dono do ataque dirá muito sobre os planos para Cabral e para o mercado.