Carlos Raposo, jogador brasileiro conhecido como Kaiser, pouco jogou pelos clubes onde passou. Ao longo de 26 de carreira, fez parte de prestigiados emblemas do Rio de Janeiro, como Botafogo, Fluminense e Flamengo, tendo também representado clubes internacionais do México, Argentina, Estados Unidos e França, assim como uma breve passagem por um clube português, o Louletano, mas em todos fingiu lesões e provocou castigos: tudo para ficar fora de campo. «Não joguei, não marquei, não dei um 'chute'». Esta é a primeira frase do jogador no documentário dedicado à sua carreira, 'Kaiser: O grande jogador de futebol que nunca jogou futebol'. O atual instrutor de fisiculturismo, de 60 anos, contou a verdade por trás de uma carreira forjada, que lhe foi imposta pela mãe adotiva. «Arrependo-me de não ter levado a sério a carreira de futebolista», confessou no filme documental, acrescentando que nem sequer gosta de jogar futebol. Começou como tantos outros, a jogar futebol na rua, o que lhe permitiu integrar o Botafogo. Aos 16 assinou o primeiro contrato e seguiu-se toda a carreira de mentiras e enganos. No entanto, o jogador garante que a sua história tem um lado negro. «Fui muito explorado. O meu empresário ficava com 80% e por isso eu fiz o que fiz», justificou. Paralelamente, levava uma vida boémia, e essa era uma das maiores motivações de Kaiser para permanecer no meio futebolístico na década de 80. «Fazíamos festas e ninguém ficava a saber», acrescentou. Deixou amigos variados no futebol, como Carlos Alberto Torres, Bebeto (seleção brasileira), Roger (ex-Benfica), Ricardo Rocha (ex-sporting) e até Renato Gaúcho. Recordado não como um craque, mas sim como uma figura simpática e alegre, Kaiser não guarda nenhum registo visual a jogar futebol, mas garante que tinha algum talento. «Você acha que alguém passou por esses grandes clubes todos sem saber jogar?», concluiu.