À margem da tomada de posse enquanto presidente reeleito da Associação Portuguesa dos Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves congratulou-se com a notícia de que juízes portugueses se juntarão a colegas de outros países para assumir funções de vídeo-árbitros nos jogos de maior exigência da Liga da Turquia, medida implementada pela federação turca de forma a aliviar as críticas, acusações e suspeições que se têm verificado no futebol do país. Para Luciano Gonçalves, o convite endereçado aos árbitros portugueses – juntamente com Itália, Espanha, Alemanha e Países Baixos – constitui «um sinal de reconhecimento da competência dos nossos árbitros». «É sinal que reconhecem seriedade nos nossos árbitros, porque sabem que o problema que lá está a acontecer é que estão a colocar em causa se o sistema classificativo dos árbitros está a ser correto ou não e se chamam árbitros portugueses isso deixa-nos satisfeitos, porque é sinal de que confiam nos nossos árbitros e neles veem seriedade e competência», descreve o presidente da APAF, que por esse motivo considera desnecessário pensar em medida semelhante aplicada em Portugal. Uma inversão de papéis em Portugal, com recurso a árbitros estrangeiros para a Liga portuguesa está, segundo Luciano Gonçalves, fora de hipótese. «De todo, porque a questão que se coloca lá são problemas internos com a classificação dos árbitros e o seu funcionamento. Felizmente, aqui em Portugal não temos esse problema – o nosso problema tem que ver com o excesso do que se fala fora das quatro linhas e não um tema tão intrínseco como o que eles têm lá», referiu, abordando a realidade lusa. No fundo, para o responsável máximo pela associação que liga os árbitros de futebol em Portugal, esta sexta-feira foi um dia saudável para a arbitragem portuguesa, que uniu o reconhecimento internacional pelos juízes lusos e a união entre os mesmos, bem expressa na cerimónia de tomada de posse da direção a que preside. «Teria sido excelente que tivéssemos recebido hoje a informação de que irão estar árbitros nossos presentes no Campeonato da Europa. Seria a cereja no topo do bolo», admitiu. Uma possibilidade que Luciano Gonçalves considera de possível concretização, mostrando-se crente de que haverão mesmo árbitros portugueses na fase final do Euro 2024. «Acredito, tenho essa esperança de que vai acontecer, e não vai ser nenhum favor. Será claramente por competência dos nossos árbitros e são merecedores de estar lá presentes. Não só os que forem, mas todos os outros que trabalharam todo este tempo para que consigam ter essas condições», rematou.
