São as últimas e mais dolorosas jogatinas. Qual tática, qual estratégia, só os pontos interessam por esta altura em que tudo se decide ou pode ficar chancelado. O Paços de Ferreira continua a fazer por acreditar e a demonstrar que tem algo capaz de causar surpresa, mas a visita a Chaves não estava destinada a ser um desses dias de festa, apesar de tudo até ter começado da melhor maneira. Paulo Meneses, que se bloqueou num silêncio inquebrável depois de ter sido visto irritado com a expulsão de Paulo Bernardo, assistiu a tudo isso junto aos bombeiros, num banco lateral, longe, portanto, da zona nobre do estádio e do camarote presidencial onde habitualmente se junta ao homólogo líder flaviense. O nervosismo, compreensível, mandava mais. Um bom resultado, um ponto que fosse, manteria a equipa da Mata Real dentro do filme da luta pela permanência; menos do que isso seria o fim do sonho, a quase despedida da corrida. Deve ter sido sofrido, sem dúvida, ver a equipa criar oportunidades, desperdiçar algumas e, para cúmulo, perder uma unidade por nada de gravoso que o justificasse. Nem as substituições ajudaram. E quando César Peixoto tirou Butzke para meter Uilton, os adeptos não perdoaram tal opção, reagindo com protestos bem audíveis. Faltava meia hora, persistia o 1-0, Butzke tinha elaborado um desvio, pouco antes, que quase enganava Paulo Vítor. É assim o futebol. Ingrato quando se perde, simpático e amigo quando tudo sai bem. Os castores, que estiveram literalmente na Liga 2 durante o Sporting-Marítimo, enquanto os insulares venciam, continuam dependentes de si e da formação madeirense. Nada está perdido, mas tudo se apresenta cada vez mais complicado.