António Oliveira regressou ao clube de onde saiu no final de 2022 e estreou-se com vitória frente ao Cruzeiro de Pepa. A A BOLA conta o que correu mal no Coritiba, de onde saiu a 18 de abril, depois do primeiro jogo do Brasileirão, e o que corre bem em Mato Grosso. Deixou o Cuiabá no final de 2022 com o objetivo da manutenção cumprido. Na altura, muitos não perceberam porque queria dar novo rumo à carreira e aceitou um projeto ambicioso que lhe foi apresentado pelo Coritiba. «Na vida, não me arrependo, mas aprendo», atira António Oliveira. Foi dispensado do Coritiba, mas não ficou muito tempo sem trabalhar. O Cuiabá, que tinha dispensado outro português, Ivo Vieira, ligou e convidou-o a regressar. António Oliveira até estava a estar outras hipóteses, mas acabou por aceitar: «Não podia dizer que não ao Cuiabá no momento em que mais precisava de mim. E se há valor que cultivo é o da gratidão. O Cuiabá ajudou-me, é verdade que eu também ajudei, logo tinha de dizer o sim ao fazerem-me sentir que precisavam de mim.» A estreia, esta época, aconteceu frente ao Cruzeiro do também português Pepa. Jornada 7 do Brasileirão. Estreia auspiciosa, com vitória por 1-0 e que permitiu à equipa de Mato Grosso sair da zona de despromoção. «Vencer foi importante, não por ser com o Pepa, mas porque, com tanto para fazer, é mais fácil trabalhar sobre vitória», vinda, juntando que, «por questões de ética» não vai falar do que Ivo Viera deixou feito. O objetivo é o mesmo de 2022. «A manutenção, sendo que esta época houve mais investimento pelos clubes e a competitividade aumentou, aumentado a dificuldade da missão», esclarece António Oliveira. E aumenta também a convicção que «vai ser duro, mas o objetivo vai ser alcançado». A época está em andamento e António Oliveira sabe que «no Brasil não há tempo para pedir tempo». Por isso, assume outra divisa: «A minha missão não é arranjar desculpas mas arranjar resultados». Que se passou no Coritiba? Para trás ficou o Coritiba. Percebe-se que não foi uma experiência que António Oliveira tenha gostado. «Lá está, não me arrependo, mas aprendo», relembra. E explica: «Em 18 jogos, só perdemos três. Mas é um clube que vive em grande instabilidade e que não está preparado para entender que ainda não está preparado para ganhar. Muitas vezes temos de perder para aprender a ganhar, só que é um clube que quer ser em três ou quatro meses aquilo que outros demoraram 20 a ser…» O exemplo de Luís Castro A grande sensação destas primeiras sete jornadas do campeonato é o Botafogo de Luís Castro, líder com seis vitórias e uma derrota, isto depois de uma pré-época em que até de «lixo» foi chamado a equipa. «O que está a acontecer com o Luís Castro é o oposto ao que é a prática regular da cultura desportiva brasileira. O Botafogo conferiu estabilidade ao projeto e deu tempo ao treinador para os resultados aparecerem», frisa. E desenvolve: «Isto só acontece porque o Botafogo tem um dono, caso contrário o Luís Castro já teria sido engolido. Mas foi protegido, o dono (John Textor) acreditou e os resultados estão à vista.» De resto, revela, «o Cuiabá também tem um dono, dá estabilidade, boas condições e essa é também uma boa razão para me sentir feliz neste clube».