O Museu Cosme Damião foi palco, esta sexta-feira, da sessão 'A Final da Liberdade', que visou homenagear as equipas de Benfica e Académica que realizaram a final da Taça de Portugal em 1968/1969. Para o efeito, o clube encarnado convidou as suas antigas glórias António Simões e Toni, aos quais se juntaram Mário Campos, antigo jogador da Académica, e Alberto Martins, antigo ministro e líder da revolução estudantil que sucedeu dias antes do jogo.Perante uma plateia na qual se encontravam, entre outros, João Vieira Pinto, diretor da Federação Portuguesa de Futebol, Alcino António, diretor do Benfica e também familiares dos antigos futebolistas Mário Coluna, José Torres e Zeca, os quatro convidados deram o seu testemunho sobre esse dia marcante para o futebol português com várias histórias de um período conturbado da sociedade portuguesa.O quarteto de figuras do passado respondeu a questões vindas da plateia e no final António Simões salientou a importância deste jogo, realizado há já 54 anos, e no qual foi inclusivamente uma das figuras ao marcar o golo que permitiu ao Benfica forçar o prolongamento. No tempo extra, Eusébio seria o autor do decisivo golo que permitiu às águias operar a reviravolta e evitar que a Académica pudesse erguer o troféu. «Esta final da Taça com a Académica serve de exemplo para que é o compromisso, fraternidade e cumplicidade do que eram duas claques, digamos assim, de dois clubes distintos, mas em que ambos perceberam a importância daquele momento e o quanto representava a manifestação contra o regime que se vivia nessa época. O desporto tem essa força, dá essa oportunidade e devemos sempre recordar,» afirmou o multicampeão pelo Benfica