Benfica empatou contra o Sporting na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal e, apesar de ter rubricado talvez a melhor exibição da época, disse adeus ao Jamor. A BOLA falou com Ana Garcia Martins, autora do blogue 'A Pipoca mais Doce' e conhecida benfiquista, para perceber o que os encarnados podiam ter feito de diferente, e o que esperar para o dérbi que decorre no próximo sábado. — O que faltou ao Benfica para ter ganho o duelo contra o Sporting?— Faltou aquela estrelinha que o Sporting tem e nós não, acho que foi provavelmente o melhor jogo que fizemos esta época. Falhámos um bocadinho na parte da finalização, tivemos várias hipóteses que podiam ter dado golo, não conseguimos marcar e, infelizmente, o Sporting foi eficaz nesse sentido. Mas acho que foi um bom jogo, pelo menos houve o renascer da esperança de voltar a ver o Benfica da última época que nos deu tantas alegrias e foi bom perceber que essa qualidade ainda está lá, pode ser um bom prenúncio para o que falta da época. — Benfica foi prejudicado pela arbitragem?— É sempre um pouco redutor falar da arbitragem, porque às vezes somos beneficiados e outras vezes somos prejudicados, e as coisas acabam por se equilibrar. Não teria vindo mal ao mundo se tivesse sido assinalado penálti do Coates sobre Rafa, e podia ter mudado o desfecho do jogo, mas acho que não foi esse o fator decisivo para o empate. Foi um jogo equilibrado, jogámos mais, tivemos mais oportunidades, mas o Sporting foi mais eficaz. O Sporting fez o que tem feito esta época toda, e o Benfica surpreendeu por jogar bastante bem. — O que é preciso mudar para vencer no próximo sábado?— Não faço ideia porque o Benfica é muito imprevisível e tem sido esse o problema esta época, a equipa tem sido inconsistente, mas vai conseguindo ganhar, um pouco sem saber ler nem escrever. Chega-se ao fim do jogo e nem se percebe muito bem como venceu, mas também se ganham campeonatos assim, sem jogar muito, mas marcando golos e ganhando jogos. É preciso manter esta garra, esta chama que não se via há muito tempo, que o Benfica andava muito amarrado. Até no estádio deu para ver que mesmo não passando para a final, as pessoas estavam satisfeitas com o que viram. Houve um reconciliar da equipa com os adeptos e foi muito importante. Agora é esperar que entremos com a mesma garra e vontade no sábado, e esperar que Roger Schmidt não invente muito. Se calhar não manter o Di María os 90 minutos, é um jogador incrível, mas não tem estofo para aguentar tanto, tempo. Era a única alteração que fazia.
