«Temos de ser honestos, estamos a lutar pela manutenção!» A frase é de Ruben Amorim e foi proferida a 30 de dezembro passado, após a derrota caseira com o Newcastle (0-2) que atirou o Manchester United para a 14.ª posição da classificação em Inglaterra, com 22 pontos, apenas sete acima da linha de descida. E, pior, já a 23 do líder Liverpool, precisamente a maior distância pontual de sempre entre os dois rivais em vésperas de confrontos entre os dois em Anfield. «É um momento muito difícil, um dos mais difíceis da história do Manchester United e temos de olhar para ele com honestidade», continuou o treinador português, consciente da difícil tarefa que tem em mãos. Com efeito, desde a criação da Premier League em 1994/95, e mesmo sabendo da crise de identidade e de resultados em que vivem os red devils desde a saída de Alex Ferguson no verão de 2013, nunca se tinha visto algo assim no escalão maior do futebol inglês. Houve, sim, situações semelhantes, mas não iguais. Há três temporadas, por exemplo, o Liverpool chegou ao clássico com o United com 19 pontos de vantagem, uma diferença que se refletiu no resultado final: 4-0! Mas, na época seguinte, a de 2022/23, era o conjunto de Old Trafford que chegava a Anfield na frente, com mais 12 pontos, e, ao fim de 90 minutos, o marcador assinalava... 7-0. São assim os clássicos. E, em Inglaterra, não há maior do que este, entre equipas de cidades historicamente rivais e separadas por apenas 50 quilómetros, e que hoje se jogará em Anfield pela 91.ª vez a contar para o campeonato (42 vitórias para o Liverpool, 25 para o Manchester United e 23 empates). A lançar o grande duelo, Ruben Amorim simplificou. «Eles são melhores, mas nós podemos ganhar», disse o técnico português dos red devils, que, além dos problemas classificativos, ainda tem de lidar com questões disciplinares... Algo que tem feito sem contemplações. O Daily Mail explicava, ontem, as razões para o afastamento de Garnacho («falta de respeito», terá «virado costas a Amorim quando este ainda falava) e Rashford («terá saído à noite na véspera de um jogo»).
