Benfica Ainda o jogo em Braga: processo disciplinar a Rui Costa
O presidente do Benfica, Rui Costa, está a contas com um processo disciplinar que lhe foi aberto pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na sequência das críticas à equipa de arbitragem liderada por Tiago Martins em Braga, dia 9, para a Taça de Portugal, que terminou com a eliminação das águias nos penáltis, e que motivou participação do Conselho de Arbitragem.
No documento disponível no site da FPF pode ler-se: «Instauração de processo disciplinar a Rui Manuel César Costa, por deliberação da Secção Não Profissional, de 10 de fevereiro de 2023, tendo por objeto apuramento da factualidade participada, nomeadamente sob o enfoque das ofensas à honra ou consideração de agentes de arbitragem ou sob o enfoque da violação de deveres gerais, na sequência de participação apresentada pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol. O processo foi enviado, dia 15 de fevereiro de 2023, à Comissão de Instrução Disciplinar da FPF, ficando excluída a publicidade até ao fim da instrução.»
Recorde-se que o Conselho de Disciplina da FPF já tinha decidido suspender Rui Costa por oito dias e multá-lo em 102 euros por este ter abordado o árbitro Tiago Martins na zona de acesso aos balneários do Municipal de Braga, no final do referido encontro – castigo do qual o Benfica decidiu recorrer, como o nosso jornal adiantou. Já o processo disciplinar agora anunciado, embora datado de dia 17, prende-se com as declarações posteriores de Rui Costa aos jornalistas.
Nessas declarações, Rui Costa não teve contemplações na hora de criticar duramente a atuação da equipa de arbitragem. Eis o que disse:
«Foram casos de mais e demasiado evidentes para se estar aqui com meias palavras. O que se passou aqui hoje não tem uma explicação. O jogo começou com completo domínio do Benfica. Uma primeira meia-hora excelente, onde fizemos um golo e fomos impedidos de ter um penálti para fazer o 2-0. Há um penálti claríssimo sobre o Gonçalo Guedes, curiosamente com o mesmo árbitro que há poucas semanas fazia de VAR no estádio da Luz [Tiago Martins] e chamou, quase que obrigou, o Artur Soares Dias a marcar um penálti contra nós no Benfica-Sporting, num lance exatamente com a mesma dinâmica, este com mais intensidade, mas fez vista grossa. O Sr. Fábio Melo, VAR, também fez vista grossa sobre esse mesmo lance. A expulsão do Bah é muito clara. O que eu não consigo compreender é como, num lance exatamente igual, o Racic sobre o Fred [Aursnes], o mesmo árbitro e o mesmo VAR consegue analisá-lo de forma completamente diferente. Pior ainda é que no lance em que o Bah é expulso, o Sr. Fábio Melo consegue chamar o Tiago Martins ao VAR e no lance sobre o Fred e no penálti sobre o Guedes, o Sr. Fábio Melo, que não é virgem nestas situações, não chama o árbitro ao VAR. É inadmissível a dualidade de critérios. Cada árbitro tem o seu critério. O que é incompreensível é como é que o mesmo árbitro e o mesmo VAR tenham dois critérios diferentes no mesmo jogo. Hoje nada tenho a apontar à equipa. Lutámos por esta Taça até nos terem deixado lutar. Agradeço aos jogadores todo o empenho, agradeço aos adeptos que estiveram aqui e aos que viram em casa, escandalizados com o que se passava em campo. Acreditem! A demonstração que demos é que estamos fortes. Jogámos uma hora e meia num campo extremamente difícil, em inferioridade numérica. Fizemos de tudo para continuarmos nesta Taça e não nos permitiram continuar nela.»