A prolongada ambição de Gianni Infantino, presidente da FIFA, de juntar os principais clubes do Mundo (32!) numa grande fase final, de quatro em quatro anos, verá a luz do dia em 2025 e entre eles estará, quase de certeza, o Benfica. Já se sabia que a UEFA teria direito a 12 vagas (mais 6 para América do Sul, 4 para Ásia, África e Concacaf, 1 para Oceânia e 1 para clube do país organizador), mas anteontem a FIFA fez luz sobre a forma como serão atribuídas. E os critérios beneficiam os encarnados. Quatro dessas 12 vagas europeias irão para os vencedores da Liga dos Campeões dos quatro anos anteriores à competição - ou seja, para os campeões europeus de 2021 (Chelsea), 2022 (Real Madrid), 2023 e 2024. As restantes oito serão encontradas através dum «ranking de clubes com base nesse mesmo período de quatro anos». Mas com uma nuance: haverá um limite de dois clubes por país, a não ser que três ou mais diferentes clubes duma mesma federação sejam campeões continentais nesse período de quatro anos. No caso europeu, isso só será possível, para o Mundial de Clubes de 2025, se o Manchester City vencer a Champions deste ano e um clube inglês que não Chelsea ou City ganhe a prova em 2024. Dessa forma, estarão pelo menos seis países europeus representados na edição inaugural do novo Mundial. O que aumenta desde logo as hipóteses portuguesas. Falta saber como será feito o ranking de clubes para encontrar essas oito vagas - ou mais, porque se um clube for campeão europeu mais do que uma vez nesse período de quatro anos, abre um lugar adicional para o ranking. A FIFA anunciou que irá ter «consultas adicionais com confederações e partes interessadas para definir os mecanismos de cálculo», que terão como base «critérios desportivos». Dá, pois, a entender que o critério para elaboração do ranking será igual para todas as confederações. Se assim for, é provável que, no caso europeu, só os resultados na Champions sejam tidos em conta - porque o número e formato de competições de clubes é muito diferente entre continentes. Se a FIFA decidir limitar o ranking aos resultados na principal prova de clubes, o Benfica está garantido. Nas últimas três épocas (incluindo a atual), que já contam para o apuramento (ficará a faltar a de 2023-24), só seis clubes têm múltiplas presenças nos quartos de final na Liga dos Campeões: Real Madrid, Chelsea, Manchester City, Liverpool, Bayern e Benfica. A UEFA, de qualquer forma, já tem um ranking de clubes. É improvável que seja usado, porque não poderia ser replicado para o resto do Mundo, mas também mostra a posição favorável do Benfica. Contando os últimos três anos, o Benfica ocupa neste momento o 10.º lugar. Mas entre os nove à sua frente há quatro ingleses, o que afastaria logo dois… No top 20 do atual ranking, aliás, há apenas quatro clubes de fora das quatro principais ligas (Inglaterra, Espanha, Alemanha e Itália): Benfica, FC Porto, PSG e Ajax. São os grandes candidatos às quatro vagas que, em teoria, sobrarão. Com Benfica e PSG destacados.