O Toulouse tem dois presidentes, Damien Comolli, presidente da área profissional, e José da Silva, presidente da área não profissional, um português há muito emigrado em França. No Benfica, por exemplo, Rui Costa acumula as duas frentes, mas realizam-se assembleias gerais de clube e de SAD. «Entrei no Toulouse em 1998, porque o meu filho entrou para a formação do clube, para o centro de formação. Depois exerci um cargo e as pessoas de Toulouse, ligadas à parte da associação, entenderam que eu era interessante para outras funções, entrei então na Direção da associação como vice-presidente e em 2015 fui para a presidência da Associação do Toulouse FC», explicou, antes de falar da história pessoal: «Cheguei a França com 12 anos, nasci em Matosinhos, toda a minha família estava em Perafita, Matosinhos, e Leça da Palmeira, mas os meus pais vieram trabalhar para França.» As funções desempenhadas na liderança do Toulouse FC foi o tema seguinte: «Sou o presidente de todos os jogadores que não têm contrato profissional, a formação até aos 12 anos e o futebol feminino também. Temos 35 treinadores, 85 diretores, uma equipa feminina profissional. Depois tenho também o centro de formação dos 13 aos 19 anos, tudo isto menos o profissional masculino. Em França temos dois presidentes, a Associação tem um presidente e o registo da Federação Francesa de Futebol. O departamento de futebol profissional é outra entidade.» José da Silva é profissional do Toulouse, logo não pode sentir-se dividido com visita do Benfica. «Não, não posso estar dividido [risos]. Eu estava dividido quando Portugal jogou contra a França a final do Campeonato da Europa, mas agora não. O Toulouse é o meu clube. Sou português, mas sou do Toulouse. Benfica é uma equipa muito conhecida, tem muitos, muitos adeptos em todo o Mundo, é um clube que representa muito bem Portugal fora do País», explicou. A seguir, falou-nos do sobrinho famoso, craque da Seleção Nacional e não só, que procurámos ouvir, sem sucesso, perante as regras do Rio Ave: «Vocês conhecem-no… O meu sobrinho jogou muito tempo no Sporting, foi capitão do Sporting, jogou no estrangeiro, Mónaco, Sampdoria, Maccabi Haifa, esteve também na Académica, ganhou a Taça de Portugal, estive no Estádio Nacional duas vezes, quando ganhou pela Académica e quando ganhou pelo Sporting, contra o SC Braga. Depois, Adrien foi também campeão da Europa e para toda a família, para nós, emigrantes, foi extraordinário, fantástico. É pessoa com muita educação, muito simpático.» Orgulhoso, prossegue. «O pai dele esteve comigo a ver o Benfica no Estádio da Luz. Eu e Adrien estamos sempre ao telefone, sempre em contacto. Somos família muito próxima», remata, antes de ir ao Euro-2016: «Estava dividido, gosto muito de França, foi o país que recebeu os meus pais. Fiquei muito contente porque Adrien foi campeão da Europa, mas não fiquei muito contente porque a França perdeu [risos].»
