Peter Kisfaludy é um nome bem identificado no futebol sueco. Ou não estivéssemos a falar de um dos principais responsáveis pela deteção de talentos daquele país nórdico. Sobretudo pelos 25 anos em que esteve a liderar todo o futebol de formação do Brommapojkarna, um clube centrado na formação de onde saíram muitos valores que brilham no futebol europeu. Esta época, porém, mudou-se para Estocolmo, para abraçar um novo projeto como diretor desportivo do Djurgardens. Para trás ficam muitas histórias, um longo percurso que o orgulha, e alguns nomes que estão debaixo de olho de grandes emblemas europeus. Viktor Gyokeres foi um dos últimos talentos que foram detetados sob a sua liderança no Brommapojkarna. «Os clubes portugueses não fazem ideia da dimensão que tem o Brommapojkarna na formação da Suécia. Para se ter uma ideia, além do Viktor Gyokeres, existem mais seis jogadores que foram ali trabalhados e que chegaram à seleção. Falo de Albin Ekdal, Hjalmar Ekdal, Ludvig Augustinsson, Carl Starfeldt ou o mais conhecido Dejan Kulusevki. É um clube que se orgulha de ter produzido vários talentos por essa Europa fora», começa por contar Peter Kisfaludy a A BOLA, centrando a atenção no novo camisola 9 dos leões. «Era diretor desportivo no Brommapojkarna e pouco depois de ter passado a liderar a academia o Viktor Gyokeres foi detetado num torneio na Finlândia. Estávamos em 2009 e sabíamos que estava ali um talento que poderia crescer muito. Como se confirmou», conta o dirigente de 56 anos. As qualidades do reforço leonino foram identificadas em tenra idade. E nunca se perderam. Até porque, diz o dirigente sueco, tem tudo para ser uma figura no futebol europeu. «O Viktor sempre foi um veloz e um poderoso avançado. E aliava a isso uma mentalidade competitiva muito forte. Um rapaz top fora do campo e 100 por cento sério e trabalhador no relvado. É o que todos os treinadores querem. E o Sporting já saberá isso. Este passo para o futebol português será muito bom para ele. Nunca foi um jogador de se esconder do jogo e vai direto ao golo seja qual for o adversário», elogia. «É UM VENCEDOR!» Gyokeres será, por certo, foco de todos os olhares neste arranque de temporada dos leões. Ou não fosse o reforço mais caro de sempre do longo historial leonino. Uma responsabilidade acrescida nos ombros do sueco que, garante Peter Kisfaludy, não irá pesar. «Gyokeres é um vencedor. Ele tem mesmo muito mau perder. Até posso contar uma história que se passou aqui num verão. Ele foi jogar ténis com a ex-namorada, que também jogou futebol aqui no clube, e acabou por perder. Sei que ficaram sem se falar durante dois dias», recorda, lembrando o preço elevado que os leões tiveram de pagar para contratar o seu antigo jogador: «Só precisa de marcar ainda mais do que aqueles que marcou no Coventry para o Sporting o vender mais tarde por uma verba ainda maior. Claro que terá enorme pressão mas penso que conseguirá aguentar.» Na formação, Gyokeres sempre foi um avançado-centro. A sua ligação ao golo exigia jogar sempre próximo da baliza adversária. «Sim… verdade. Sempre marcou muitos golos e acreditem… Vai continuar a marcar muitos no Sporting. O Sporting é um grande clube e este era o passo que estava a precisar dar. Ainda pode crescer mais, mas vai fazendo esse percurso sempre com a ligação ao golo, pois é muito incisivo e direto no ataque», finalizou. VAI A JOGORúben Amorim agendou dois jogos particulares para quarta-feira no estágio em Lagos, com o Farense da parte da manhã, e com os belgas do Genk da parte da tarde. Será, assim, uma oportunidade para observar in loco (sobretudo no ensaio com os belgas que será à porta aberta no Estádio Algarve) Gyokeres em ação. Uma estreia após alguns dias de trabalho com o plantel, os suficientes para deixar uma boa imagem e causar impacto junto de Rúben Amorim. Com dois jogos num dia, a intenção do técnico leonino passa por dar o máximo de tempo de jogo a cada jogador que se encontra concentrado com o grupo. E, claro está, ver em jogo jogado muitos dos que ainda procuram um lugar no plantel. O que não será o caso do sueco, reforço mais caro da história dos leões, que, por certo, quer deixar boa impressão naquela que será a sua primeira aparição pública.
