Abraham Marcus, 23 anos, extremo que fez a estreia pelo FC Porto frente ao Portimonense ao substituir Toni Martínez aos 90+3, cumpriu aquele que sempre disse ser o seu destino. Atuar num grande. Para um jogador que chegou à seleção nigeriana quando estava no Feirense, na Liga 2, todos os sonhos são legítimos. Hoje acordou a sorrir, mas a sua história nos azuis e brancos começou mal e com um atraso que inviabilizou a sua inscrição no FC Porto, em janeiro de 2022. Forçado a fazer desvio para um mercado ainda aberto, a Polónia, terminou 2021/22 no Radomiak Radom, onde fez oito jogos, depois de passagem muito discreta pelos sub-23 e equipa principal do Portimonense. Cedido aos dragões pelo Remo Stars, clube nigeriano, é um dado seguro que o FC Porto irá exercer a opção de compra no final da temporada, depois de confirmar o potencial de Marcus na equipa B, onde leva oito golos e duas assistências. Sendo verdade que Conceição teve necessidade de se socorrer do atacante por causa da escassez de opções, o treinador sinalizou na jornada 26 o que espera que a SAD faça no futuro: o amarre imediatamente com um contrato de cinco anos. À TSF, Felipe Rocha, mais conhecido por Filó, resumiu numa história a fortíssima força interior do nigeriano quando orientava o Feirense, clube que abriu a Marcus as portas da equipa júnior e sénior. Na estreia a marcar na Liga 2, contra o Estoril, soube da morte do pai no dia do jogo. Um desfecho trágico que interiorizara quando soube que o progenitor estava muito mal no hospital. «Perguntei-lhe se queria ir à Nigéria e ele disse-me que não, queria ficar com a equipa, porque queria ser jogador de futebol», recordou o técnico. É um desígnio que desafia tudo: ser jogador de futebol, ser grande no FC Porto e voltar à seleção da Nigéria, pela qual tem dois jogos particulares no currículo, ambos contra os Camarões. O selecionador das Super Águias, José Peseiro, já o terá na agenda.
