A situação de João Neves, os avisos de Otamendi, os elogios de João Mário e a promessa de ataque: tudo o que disse Roger Schmidt
Conferência de imprensa antes do jogo com o Toulouse
— Espera uma vitória do Benfica neste jogo, que os primeiros 20 minutos do Toulouse sejam diferentes e um adversário a tentar atacar?
Espero, em primeiro lugar, um jogo difícil. A segunda mão das eliminatórias é sempre diferente, porque as equipas sabem que haverá uma decisão no fim do jogo, ou se continua nas competições europeias ou se sai. É sempre especial. Estamos muito, muito motivados para continuar na competição, mas o Toulouse também. Jogámos em casa na primeira mão, agora fora o que torna a abordagem, especialmente para o adversário, um pouco diferente, porque precisa de um golo para continuar, tem de correr mais riscos, veremos se desde início. Acreditamos em nós e tentaremos jogar o nosso futebol. Queremos jogar um futebol de ataque, utilizar os 90 minutos para mostrar que merecemos continuar na competição. Estamos preparados para isso.
— João Neves está com a equipa. Conta com ele para o jogo?
— Em primeiro lugar, estamos todos chocados e tristes com o que aconteceu com a mãe dele. Tentamos apoiá-lo o melhor que podemos, estamos junto dele, todos somos sensíveis à situação dele. Vamos ouvi-lo no que diz respeito à decisão. Juntou-se à equipa, treinou-se, foi o que quis fazer, senti que foi bom para ele estar com os companheiros, jogar futebol. Mas, claro, precisará de tempo para lidar com a situação. A vida tem de continuar e estaremos ao lado dele. Falarei com ele amanhã a tomaremos uma decisão.
— Depois do jogo da primeira mão, Otamendi disse que o Benfica tem de ser mais intenso. Será diferente amanhã?
— Veremos. Acredito que o que Otamendi quis dizer é que se jogarmos com intensidade, se formos pró-ativos, jogaremos sempre o nosso melhor futebol. Estivemos bem na primeira mão, mas podemos fazer melhor. Domingo foi um bom exemplo – se jogarmos com muita intensidade, com muitas transições, com muita dinâmica, podemos criar muitas oportunidades e manter o jogo longe da nossa baliza. Temos potencial para fazer as coisas melhores. Estamos a fazer o suficiente para ganhar e amanhã precisaremos de uma boa abordagem e equilíbrio, para defender bem, mas também teremos de mostrar as nossas armas no ataque, os golos influenciam sempre a história dos jogos. Queremos marcar para fazê-lo. É a nossa tarefa.
— Qual o objetivo do Benfica nesta prova? A Liga Europa é uma prioridade?
Para mim, todas as competições são prioridade. A Liga é a competição principal para todas as equipas, especialmente quando se joga para os títulos. Mas, como já disse, quando estamos numa competição tentamos sempre o melhor, jogar o melhor que podemos. Se estivermos numa fase a eliminar, claro que a situação é diferente, porque se perdermos estamos fora da prova. Nesta competição, faz sentido concentrar-nos em cada eliminatória. Não obterá de mim a resposta que teve de Trubin. Estamos concentrados no jogo de amanhã, é a nossa tarefa, é difícil, todas as equipas têm qualidade nas competições europeias. Teremos de mostrar que podemos continuar em prova.
— Toulouse é muito forte nas bolas paradas. Está preparado para essa situação?
— Para todas as situações de jogo, precisamos de soluções, defesa, meio-campo e ataque, com a bola, sem a bola, na pressão, em bolas paradas. Faz parte da preparação. Estamos bem a defender bolas paradas, também a marcá-las. É uma ferramenta para ganhar jogos. Teremos de estar preparados para isso e estamos.
— João Mário disse que Roger Schmidt é um treinador excelente e uma pessoa excelente. O que significa isso para si?
— [risos] Não ouvi isso, mas se diz isso fico contente. Sou um ser humano. Se gosta da forma como trabalhamos, se gosta de mim como treinador, da minha liderança. É o que quero alcançar. Quero liderar o grupo da melhor forma que posso para que tenhamos sucesso, mas o meu objetivo é também ter um impacto no desempenho dos jogadores. Tento fazê-lo de forma que os jogadores se sintam reconhecidos e bem para que tenham um desempenho aos melhor nível deles. Jogadores precisam de confiança, de se sentir bem no grupo. É o que tento fazer. Quando um jogador experiente como João Mário diz uma coisa dessa claro que fico satisfeito.