V. Guimarães-SC Braga, 2-3 A palavra desistir não existe no livro do guerreiro (crónica)
Golo de Rony Lopes aos 90+3 deixa luta aberta até ao fim pelo pódio da Liga!; alma do Vitória sucumbiu à maior qualidade do SC Braga
Um dérbi minhoto de alto gabarito! O SC Braga venceu o rival Vitória por 2-3 com um golo praticamente no último suspiro de Rony Lopes e sobe provisoriamente ao terceiro lugar. Com uma certeza: é dono do seu destino no que toca ao 3.º lugar, porque independentemente do resultado do dérbi tripeiro deste domingo entre FC Porto e Boavista, recebe na última jornada os dragões. Por outro lado, ao vencer em Guimarães, o conjunto de Rui Duarte garantiu matematicamente o 4.º lugar.
Quem não viu o jogo não sabe o que perdeu. O golo de Rony Lopes em tempo de compensação teve o toque de dramatismo que o espetáculo proporcionou desde o primeiro minuto. A intensidade da 1.ª parte fez o tempo voar e a montanha-russa a que se assistiu no relvado manteve o público colado ao espetáculo. Um tiro ao ferro de Victor Gómez, aos 3’, lançou o SC Braga para um domínio inicial a que o Vitória, literalmente, respondeu com o golo de Bruno Gaspar. Magnífico o trabalho de André (34 anos!) na área bracarense, a iludir a defesa e a cruzar para o lateral-direito encostar ao segundo poste.
Permissivos na defesa, os guerreiros são uma potência do meio-campo para a frente. O 1-1 surgiu num passe mágico de Pizzi, com Ricardo Horta a ganhar a bola nas costas de Jorge Fernandes e a assistir Bruma. A partir do empate os bracarenses deram um salto qualitativo que o Vitória não acompanhou e só a boa organização defensiva do conjunto de Álvaro Pacheco evitou um dissabor ao intervalo.
Alma contra alma
O que pode faltar em individualidades ao Vitória em comparação ao rival – Jota parece esgotado, o que não ajuda – sobra em alma. O SC Braga chegou ao 1-2 num lance de VAR, depois de ter visto Tomás Ribeiro acertar no poste. No momento do remate de Cher Ndour (aposta ganha), Victor Gómez parecia estar em fora de jogo. A bola sobrou para Ricardo Horta, que marcou e celebrou em dois tempos. Antes e depois de Fábio Veríssimo ter o veredicto final da Cidade do Futebol. Esvaziou-se o Vitória? Não. Teve forças e ideias para empatar, mais uma vez com André na jogada e Ricardo Mangas na finalização.
Sucede que em questões de alma, o SC Braga também não fica atrás do Vitória e o pé esquerdo de Rony Lopes revelou ao mundo uma equipa que não conhece a palavra desistir.