A BOLA entregou o prémio FIGURA DO ANO a Viktor Gyokeres, avançado do Sporting. Esta foi a 21.ª edição do galardão, que distingue a personalidade que mais se destacou nos 12 meses anteriores. Um fenómeno que agitou o futebol português. Gyokeres será, por certo, um daqueles nomes icónicos que vão perpetuar na história do Sporting como um dos melhores avançados que vestiram a camisola dos leões. Não só pelos golos, muitos, de todas as formas e feitios, mas também pela sua dedicação, entrega, carisma, rendimento e influência que ofereceu desde 13 de julho de 2023, dia em que foi apresentado oficialmente após vários meses de namoro dos leões. Tempo suficiente para marcar uma era. Mesmo reconhecendo que a permanência em Alvalade será uma questão de tempo, dada a qualidade e impacto que teve na Liga, Gyokeres teve, também, um mérito, um dom quase, que está ao alcance de poucos daqueles que se notabilizaram em Portugal: um reconhecimento global, nem sempre fácil, independentemente de todas as cores clubísticas, de todas as modalidades desportivas, começando nos mais novos aos mais velhos, uma fonte de inspiração (até para os rivais…) traduzida num festejo, a sua famosa máscara, que se tornou viral nos quatro cantos do mundo. As expectativas foram ultrapassadas em larga escala. E hoje, 70 golos depois com a camisola do Sporting, muitas vitórias com a sua assinatura, convém recordar as primeiras palavras do sueco assim que aterrou em Portugal. «Vários grandes jogadores passaram por aqui e o Sporting produz muitos jogadores de topo. O clube tem muita história e quando soube do interesse foi uma escolha fácil. Tive outras opções, mas senti que o Sporting era a que estava mais interessada e quando alguém te quer, isso significa que te querem muito e vão cuidar de ti. Esta era a melhor opção», disse. Tudo se confirmou. Gyokeres bateu inúmeros recordes. De jogo para jogo, golo para golo. Tornou-se no jogador estrangeiro mais rápido dos leões, por exemplo, a chegar aos 70 golos. Precisou apenas de 75 jogos. Melhor… só o mítico Peyroteo em 1938 que atingiu essa marca em 38 jogos. Manuel Soeiro, o segundo, também chegou a essa marca com 72 jogos. O sueco aparece no terceiro lugar do pódio. Goleador do mundo Os números impressionam. 2024 foi um ano verdadeiramente assombroso para Gyokeres. A série iniciou-se a 9 de janeiro, diante do Tondela, nos oitavos de final da Taça de Portugal, no qual o avançado bisou na vitória por 4-0 sobre os beirões (Pedro Gonçalves apontou os outros dois golos) e terminou a 29 de dezembro, no eterno dérbi com o Benfica (1-0), encontro em que o avançado ficou em branco, pelo que o último golo marcou-o ao Santa Clara, a 18 de dezembro, no 2-1 dos oitavos da Taça, já no prolongamento. Contas finais: 62 golos em 63 jogos. Média de praticamente um golo por jogo. Marcou a 29 adversários, em todas as competições: na Liga, taças de Portugal e da Liga, Champions e ao serviço da seleção sueca. Para se ter uma ideia deste registo basta recordar que Zlatan Ibrahimovic, por exemplo, outrora estrela maior do futebol sueco, nunca chegou sequer aos 50 golos num ano civil… Principal figura do campeonato na época passada, goleador máximo da Liga (com 29 golos), melhor jogador sueco de 2024, melhor marcador também na Liga das Nações, Gyokeres já terá em casa um espólio digno de um verdadeiro museu com troféus individuais conquistados neste último ano em Alvalade. Não só se deu a conhecer ao serviço da seleção nórdica, tornando-se numa figura principal, como na Liga dos Campeões, nomeadamente no hat-trick apontado ao Manchester City na vitória dos leões (ainda de Ruben Amorim) aos citizens de Guardiola. Ganhando, de forma clara e inequívoca um duelo muito especial e individual, a Erling Halaand a quem muitos foram encontrando semelhanças. Pela potência, explosão, velocidade e apetite voraz pelo golo. Aquele duelo com Haaland Não houve ninguém como Gyokeres em 2024. Ninguém conseguiu sequer fazer sombra ou ameaçar o trono do possante atacante sueco. E cedo se começou a adivinhar que não haveria mais nenhum atacante capaz de fazer frente ao leão no que aos golos diz respeito. Gyokeres foi arrasador e deixou a concorrência a larga distância. A começar por Erling Haaland, o segundo da lista de goleadores do futebol mundial (com 49 golos, a 13 do sueco), passando por Harry Kane (Bayern Munique), Lewandoski (Barcelona) ou… Cristiano Ronaldo (Al Nassr). O sueco levou a melhor sobre todos. A cereja no topo do bolo acabaria, por ser, então, esse já referido duelo individual com o internacional norueguês do Manchester City no início de novembro. Que Gyokeres ganhou. De goleada. Novela de verão em 2023, depois de custar €20 milhões oriundo o Coventry, do segundo escalão inglês, carregar em cima dos ombros o peso da responsabilidade de ter sido o maior investimento de sempre da história do clube, Gyokeres, poucos meses depois, é um dos avançados mais cobiçados e desejados a nível europeu. Que o leão não está disposto a abrir mão a não ser pelo preço da cláusula: €100 milhões! Estamos a entrar em 2025, é impossível prever o que aí vem, mas 2024 ficará marcado, por certo, pela explosão de um possante atacante nórdico, que deixou marca diferenciada no futebol português.
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