André Narciso viajou até Barcelos para dirigir o Gil Vicente-Sporting que ontem se disputou no Estádio Cidade de Barcelos. O árbitro da AF Setúbal recebeu a colaboração à distância de Luís Ferreira, que desempenhou a função de vídeo árbitro. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro: 10' Bola cabeceada de forma acrobática por Viktor Gyokeres bateu no tronco/peito de Gbane (não nos braços). A interceção do defesa costa-marfinense foi legal, tal como o foi a posição do avançado sueco. Boa decisão na área dos visitados. 28' Muito bem o árbitro de Setúbal ao identificar o momento certo para exibir o primeiro cartão amarelo da partida: Santi entrou de forma negligente sobre Hjulmand, pisando o pé direito do dinamarquês de forma evidente. 39' Bem André Narciso a aplicar a vantagem (no caso, para a equipa lisboeta), permitindo que esta iniciasse saída prometedora após Gyokeres sofrer infração imprudente na zona intermediária. 43' Mboula fez movimento na direção de Debast, procurando e promovendo contacto, antes de cair dentro da área do Sporting. O lateral belga não cometeu infração passível de pontapé de penálti. Avaliação correta da equipa de arbitragem. 55' Viktor Gyokeres passou por Gbane, em lance com contacto de braços aceitável. Já na frente, o avançado do Sporting terá sentido (?) toque muito ligeiro no seu pé esquerdo, caindo depois de forma francamente desproporcional. Não houve a mínima relação entre toque e queda, ou melhor, houve toque a menos e queda a mais. Em lance subjetivo, concordamos com a decisão do árbitro da partida ao nada assinalar. O lance ocorreu na área do Gil Vicente. 56' Cartão amarelo bem exibido a Matheus Reis após entrada negligente sobre Zé Carlos. Decisão correta. 58' Choque joelho com joelho entre Gbane e Matheus Reis, quando ambos procuravam a bola, movimentando-se em sentido contrário. Não houve infração de nenhum dos dois jogadores, logo não houve motivo para segunda advertência ao lateral do Sporting. Bem o árbitro. 63' Mboula pontapeou a bola com o jogo já interrompido, não gerindo da melhor forma a sua frustração momentânea. A atitude irrefletida do avançado espanhol foi bem sancionada com advertência. 78' Lance do jogo com muito por (tentar) explicar. Por partes: Debast ganhou o lance a Mutombo com contacto, mas sem infração. Depois o defesa belga projetou-se para o relvado bem antes de eventual contacto com Rúben Fernandes. André Narciso equivocou-se ao assinalar de imediato pontapé de penálti que, na verdade, não existiu. Esteve muito bem o VAR ao recomendar revisão da decisão. O "problema" aqui foi a ausência do tal compasso de espera que a sensatez sugere que os árbitros tenham neste tipo de jogadas. Não se trata de assumir a aplicação da vantagem (não deve acontecer em pontapés de penálti), mas apenas um retardar do apito, o esperar mais um pouco, só para perceber o desfecho do lance. Como se dizia na escola "penálti sobre golo, é golo". A vontade em tomar a melhor decisão originou essa precipitação. É no entanto justo sublinhar dois aspetos. Primeiro é muito difícil "ver" um penálti e não ter a tentação de assinalá-lo de imediato. Segundo, a verdade é que após ouvirem o apito, defesas e guarda-redes do Gil Vicente abdicaram logo da jogada, que entretanto terminou com a bola dentro da baliza de Andrew. 90+4' Apenas por uma questão didáctica: quando uma bola toca no árbitro e sai diretamente do terreno de jogo, nunca pode haver lugar ao lançamento de bola ao solo. O jogo tem que recomeçar em conformidade (com pontapé de baliza, de canto ou lançamento lateral). 90+7' Geny Catamo foi derrubado de forma negligente por entrada em tacle de Rúben Fernandes. Foi justo o cartão amarelo exibido ao capitão dos visitados. NOTA: 5