Hoje é dia de Jonas. Faz esta terça-feira nove anos que o avançado brasileiro, então jogador livre, depois de se ter desvinculado do Valência, assinou contrato válido por duas temporadas com o Benfica. O período de inscrições já estava encerrado, mas Jonas chegou como jogador desempregado, sem espaço na equipa che, então orientada por Nuno Espírito Santo, que seria, afinal, um dos culpados pela vinda de Jonas para o campeonato luso. Pareceu um passo atrás para o brasileiro, mas, afinal, seriam dois passos à frente para um final de carreira glorioso, em que ascendeu à condição de ídolo do terceiro anel da Luz, dono de faro goleador único, letal na área e, mesmo nas últimas épocas muito limitado fisicamente, a continuar a marcar golos e a ludibriar os defesas adversários. De «pior avançado do Mundo» em 2009 - estatuto que lhe foi conferido depois de nesse ano, ao serviço do Grémio de Porto Alegre, ter falhado três golos na mesma jogada, em jogo da Taça Libertadores -, Jonas torna-se-ia num dos maiores goleadores a vestir a camisola do clube da Luz e recheou o currículo de títulos e troféus. Foram quatro Campeonatos (2014/15, 2015/16, 2016/17, 2018/19), uma Taça de Portugal (2016/17), duas Supertaças Cândido de Oliveira (2016 e 2017) e duas Taças da Liga (2014/15, 2015/16). Mas também não lhe faltaram distinções individuais. Foi eleito o melhor jogador da Liga em duas épocas consecutivas (2014/15 e 2015/16), arrebatou duas Bolas de Prata como melhor marcador da Liga (2015/16 e 2017/18), e ainda ganhou vários prémios de jogador do mês, fazendo também parte do onze do Campeonato de 2017/18. Foram cinco épocas de glória, a assinalar o período mais vencedor da história contemporânea do Benfica. Mas tudo o que é bom acaba e também Jonas teve de render-se às limitações físicas que tornaram, sobretudo a última época na Luz, 2018/19, um suplício para o brasileiro, que mesmo assim conseguiu marcar 15 golos em 31 partidas. Faria a despedida em jogos oficiais na Luz, diante do Santa Clara, na última jornada de 2018/19, a 18 de maio de 2019. Mas ainda teria direito a emocionante despedida no jogo de apresentação do clube da Luz aos sócios na época seguinte, diante do Anderlecht, a 10 de julho, jogo que ficou para a história como o da despedida do Pistolas.