«Segurem o homem», brincou, ontem, David Neres, na conta de Instagram de Arthur Cabral, que partilhou a felicidade pela vitória sobre o E. Amadora e pelo golo marcado num pontapé de bicicleta. O avançado brasileiro fez muito mais na Reboleira — assistiu Rafa e participou também no golo de Nicolás Otamendi, num cabeceamento à barra que permitiu a recarga do defesa-central. Arthur Cabral já ganhou o reconhecimento dos companheiros de equipa, que o têm visto a trabalhar com dedicação mesmo quando tudo corria mal, que aceitaram o pedido de desculpa ao grupo depois do gesto obsceno aos adeptos, que celebraram os golos marcados ao Salzburgo, SC Braga e E. Amadora como triunfo sobre a adversidade. O incidente na garagem da Luz depois do empate com o Farense marca, como A BOLA deu conta, um antes e depois de Arthur Cabral na Luz. Arrependeu-se, também se desculpou a adeptos equipa técnica e dirigentes, refletiu e mudou. Passou a trabalhar com um preparador físico próprio, já perdeu três quilos, tem à disposição uma equipa de análise de desempenho. E, agora com a namorada a viver com ele, está também mais integrado no plantel e cada vez mais confortável com aquilo que lhe pede Roger Schmidt. Os resultados estão à vista e Arthur Cabral, depois das dúvidas sobre se estaria à altura da responsabilidade de substituir Gonçalo Ramos e do investimento de €20 milhões do Benfica na contratação, está a conquistar não só os companheiros como os adeptos que o criticavam sem dó nas redes sociais. Arthur Cabral soma apenas seis golos em 25 jogos, 11 dos quais como titular. Abriu a contagem nos Açores, contra o Lusitânia (4-1), na Taça de Portugal, assinando o terceiro, seguiu-se outro com o Arouca (2-0), o segundo da equipa, e, depois, aquele que terá sido o mais importante, de calcanhar, com o Salzburgo (3-1), na Áustria. Voltou a marcar contra o Famalicão (3-0) e talvez a melhor exibição na Luz, com o SC Braga (3-2), na Taça de Portugal, no qual não apenas marcou como assistiu de calcanhar Aursnes, para o golo da vitória. Anteontem, foi o melhor em campo com o E. Amadora — e foi especialmente significativo por ter recuperado a titularidade, que perdera na meia-final da Taça da Liga com o Estoril. A conquista do lugar no onze é, também, uma realidade.