Rui Pinheiro: Jogador Internacional de prestígio e grande dinamizador dos Veteranos (artigo de Eduardo Monteiro, 75)

Espaço Universidade Rui Pinheiro: Jogador Internacional de prestígio e grande dinamizador dos Veteranos (artigo de Eduardo Monteiro, 75)

ESPAÇO UNIVERSIDADE08.04.202218:08

Quando fui colocado como professor no Liceu Nacional Padre António Vieira havia um jovem aluno, muito alto e magricelas, chamado Rui Pinheiro, que era a maior  referência desportiva daquele estabelecimento de ensino situado em Alvalade. O Rui, naquele tempo, já era um jovem talento no percurso para a alta competição, não só pela sua estatura, mas também por ser um habilidoso jogador de basquetebol num clube que apostava na formação desportiva, o Sporting Clube de Portugal. Entretanto, no ano escolar seguinte, o Rui  regressou à sua terra natal, a então província ultramarina de Moçambique. Em Lourenço Marques, ao serviço do Sporting da capital moçambicana tornou-se uma figura de destaque no basquetebol tendo sido campeão provincial de juvenis (1967/68). Após ter subido à equipa senior do Sporting de Lourenço Marques foi seis vezes campeão distrital e provincial de Moçambique e duas vezes Campeão Nacional de Portugal.
 

Entretanto, de regresso ao Sporting Clube de Portugal (1974/75) na companhia de outros colegas moçambicanos  (Mário Albuquerque, Nelson Serra, Quim Neves e  Tómané Alves) formaram uma equipa poderosa, tendo conquistado 3 Campeonatos de Lisboa, 4 Campeonatos nacionais e 4 Taças de Portugal. Quando o Sporting encerrou a secção de basquetebol, o Rui Pinheiro e outros colegas da equipa (Augusto Baganha, Carlos Lisboa, Carlos Santiago) foram jogar para o Clube Atlético de Queluz (CAQ) onde se sagraram campeões nacionais. Após essa experiência, terminou a sua carreira desportiva no Estoril Basket passando, de imediato, a ser responsável pelas suas equipas de formação.
 

Nas suas muitas presenças nas seleções nacionais de Portugal que participaram em diversas fases de apuramento dos campeonatos europeus, era um elemento precioso face à execução primorosa do seu lançamento em suspensão de longa distância (ainda não havia a regra dos 3 pontos) e facilidade de penetração para concretização debaixo do cesto. No âmbito da preparação para as competições internacionais, respondia com um sorriso, à intensidade e carga física dos respectivos treinos. Estava sempre pronto para o que desse e viesse. As seleções adversárias  quando nos defrontavam, já identificadas com o poder de concretização do Rui, tinham sempre preocupações defensivas redobradas em relação a um calmeirão de 2 metros que era um excelente lançador de qualquer distância. A sua boa disposição era contagiante e um contributo importante nas relações do grupo de trabalho.
 

Depois de ter deixado de jogar basquetebol a nivel federado, face ao seu grande entusiasmo pela modalidade e amizade contraída com muitos antigos praticantes, foi o grande dinamizador dos  torneios de veteranos em Lisboa (em que participámos pela equipa do CIF). Igualmente, era o responsável pela organização de frequentes encontros de confraternização entre os amigos veteranos (almoços e jantares), pelos mais diversos locais da região de Lisboa, primorosamente escolhidos pelo Rui.
 

Na sua actividade profissional (Gerente Bancário) esteve sempre disponível para prestar esclarecimentos a quem os solicitava e aconselhar os mais indecisos nas suas opções. Em termos familiares foi sempre um Pai dedicado e Amigo dos seus filhos (dois rapazes e uma menina).

Até sempre Amigo Rui Pinheiro


Eduardo Monteiro é ex-treinador do SL Benfica e das Seleções Nacionais