Greve dos maquinistas: paralisação quase total, maioria dos serviços com perturbações
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Greve dos maquinistas: paralisação quase total, maioria dos serviços com perturbações

DIVERSOS06.12.202408:40

Maquinistas protestam contra a polémica declaração do ministro da Presidência e exigem um pedido de desculpas; Setores da Saúde e Educação também deverão ser afetados por greves

Os maquinistas da CP estão, esta sexta-feira, em greve por melhores condições de trabalho e em protesto contra as declarações de António Leitão Amaro, ministro da Presidência, sobre a alegada relação entre a sinistralidade ferroviária e a taxa de álcool dos trabalhadores.

A paralisação, que dura até à meia-noite, é quase total, com grande parte dos comboios suprimidos e outros adiados. Até às 7 horas, foram suprimidos 79 dos 145 comboios programados na CP. Nas ligações urbanas de Lisboa, dos 62 comboios previstos foram suprimidos 34, e nos de longo curso estavam programados seis e foram suprimidos três.  No Porto, estavam programados 30 e foram suprimidos 14. Relativamente aos comboios regionais, dos 41 programados, foram suprimidos 24 e realizados 17.

A paralisação vai afetar todos os serviços da CP, da Fertagus, Metro do Porto e de Almada, Infraestruturas de Portugal e também o transporte de mercadorias.

Refira-se que os trabalhadores da função pública cumprem também esta sexta-feira uma greve de 24 horas e a saúde e a educação deverão ser os setores mais afetados.

Em declarações à Lusa, Hélder Sá, vice-secretário-geral da Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap) já tinha antecipado que «a educação, incluindo professores, e a saúde, incluindo médicos e enfermeiros», poderão ser os setores mais afetados, «como acontece recorrentemente».

Segundo o vice-secretário-geral da Fesinap, um dos motivos que levaram à convocação desta greve diz respeito às declarações de Fernando Alexandre, ministro da Educação, quando o governante afastou a hipótese de ser criada uma carreira especial para os trabalhadores não docentes das escolas, uma das principais reivindicações dos assistentes operacionais.

Hélder Sá indicou ainda que, apesar de a carreira de técnico auxiliar de saúde ter entrado em vigor em janeiro, há Unidades Locais de Saúde que não integraram os profissionais na lista. Entre as principais reivindicações desta federação está «a subida de um nível remuneratório para todos os trabalhadores com, pelo menos, 10 anos de serviço com vínculo de emprego público integralmente realizado, independentemente do tipo de contrato» e «desde que não tenha progredido via Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP)».