Sérgio Conceição: «Ainda devo uma Taça de Portugal ao FC Porto»
O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição. GRAFISLAB

FC Porto-V. Guimarães, 3-1 Sérgio Conceição: «Ainda devo uma Taça de Portugal ao FC Porto»

NACIONAL17.04.202423:14

Em declarações à Sport TV, Sérgio Conceição disse não ter gostado da forma como a sua equipa sofreu o golo, mas elogiou atitude do coletivo; vai ao Jamor com a conquista do quarto troféu na cabeça

O golo do Vitória no primeiro minuto podia ter criado instabilidade emocional no FC Porto?

«Acho que foi mais do mesmo que tem acontecido nos últimos jogos. A primeira vez que o adversário vai à baliza, consegue fazer golo. Não podemos tirar o mérito do adversário, mas também, acho que no lançamento de linha lateral temos que abordar o lance de outra forma. Estávamos bem posicionados, na minha opinião, fomos a pouco agressivos na disputa da bola, e neste caso nos duelos, onde o adversário começa a ganhar o jogo, ou a empatar a eliminatória, quando nada o fazia prever, até porque o jogo foi preparado, como todos os outros, de uma forma muito rigorosa…  O Álvaro [Pacheco] falou muito dos tais espaços a explorar. Acho que foi evidente que explorarmos bem os espaços, ou o espaço de que ele, no fundo, falava, em relação àquilo que foi o primeiro jogo. Andámos sempre, no fundo, a jogar numa primeira fase de construção, nas costas, e por vezes, nas costas dos alas, e por vezes, nas costas até dos médios, para depois acelerar para cima a defesa adversária. Podíamos ter feito mais um ou outro golo. Tivemos mais oportunidades, podia ter acabado de outra forma, mas, se calhar, em termos de resultado, e por aquilo que o Vitória fez, seria injusto. Acho que é um resultado totalmente justo para esta eliminatória. Parabéns aos jogadores. É uma vitória, uma vitória que não nos dá nada. Nós, aqui, como sabem, e como eu digo sempre, não festejamos vitórias, festejamos títulos. Estamos contentes q.b., olhar agora para o Casa Pia, acabar da melhor forma o campeonato, para depois disputar essa final da taça, que queremos muito.»

Sente que, de alguma forma, foi importante os jogadores terem a noção, animicamente, de que aquele golo sofrido no início não colocava o Porto a perder, antes, sim, colocava apenas a eliminatória empatada? Sente que isso pode ter feito alguma diferença?

«Na nossa vida, temos de estar habituados a, por vezes, ter algumas situações negativas que não são expectáveis, no fundo. Temos de perceber que dentro daquilo que é a nossa forma de trabalhar, o nosso rigor, a preparação e as tarefas, cada jogador, dentro de uma estratégia coletiva, não pode abanar, se assim se pode dizer, por uma infelicidade no jogo ou por um lance. Não pode. Acho que os jogadores foram muito maduros nesse sentido. Continuámos em cima daquilo que era a nossa estratégia, a entrar de uma forma muito viva no jogo, acompanhando um bocadinho também o ambiente que havia nas bancadas. Hoje pareceu-me que foi um jogo, nesse sentido, muito bom também da parte dos nossos adeptos e mesmo dos rivais, que estiveram sempre presentes, e quando é assim, estamos contentes, porque eles estavam a viver o jogo. Nós também puxámos um bocadinho aquilo que era essa alegria dos próprios adeptos, para passarmos esta eliminatória. Agora, como eu digo, ganhámos um jogo apenas. Nós celebramos títulos, não festejamos vitórias.»

O Sérgio Conceição diz que é pai de todos os jogadores. Há uns tempos dizia isto. Galeno saiu muito desanimado do jogo.

 «Eu quero ser, não sei, até filhos, se calhar alguns. Mas hoje tive de ser um bocadinho pai do Galeno. Sobretudo na parte final, ele saiu um bocadinho esmorecido com aquelas duas perdidas quase consecutivas. Mas isso é bom. Está a sentir o jogo, sentia que podia ter feito um pouco mais. Estamos aqui juntos nesta luta. Estamos juntos no mesmo barco. Sentimos muito aquilo que são os momentos de alguma infelicidade que acontecem no jogo. Quando perdemos, perdemos todos. Não foi o Galeno a perder a oportunidade, foi todo o grupo que perdeu essas duas oportunidades. E é assim, com este espírito, que temos que continuar para chegar ao fim da época e atenuar aquilo que foi um campeonato não tão bem conseguido, com a conquista de um título, que é a Taça de Portugal.

Senhor Taça de Portugal é um nome que lhe pode assentar bem?

«Em seis anos, cinco finais, três Taças de Portugal. Penso que neste momento devo ainda uma ao FC Porto. Porque perdi e queria ganhar as quatro finais em que estive presente. Eu e o grupo de trabalho.»

A final será com o Sporting. Contas a acertar com o adversário?

«Não, não. Não depende do adversário, depende de nós, daquilo que é o nosso trabalho, daquilo que é o acreditar, essa missão e paixão que todos os dias temos aqui. Obviamente o Sporting é finalista com o mérito também que teve em chegar à final. Porque teve jogos difíceis também para chegar ao Jamor. Nesse momento, analisaremos o Sporting. Temos um jogo contra o Casa Pia e depois sim contra o Sporting.»