Paris 2024: Poder talibã não impede três mulheres do Afeganistão nos Jogos Olímpicos
Jogos Olímpicos Paris 2024 IMAGO

Paris 2024: Poder talibã não impede três mulheres do Afeganistão nos Jogos Olímpicos

JOGOS OLÍMPICOS09.07.202417:25

Comité Olímpico Internacional reforça a equipa de refugiados com três atletas que não são reconhecidos como representantes do Afeganistão

Apesar do regime talibã, o Comité Olímpico Internacional aceitou mais três mulheres do Afeganistão nos Jogos Olímpicos, mas que não são reconhecidas como afegãs.

«Uma vez que o desporto feminino está suspenso no Afeganistão, não assumimos qualquer responsabilidade. Não nos pertencem», assumiu o porta-voz do governo para o desporto daquele país asiático, Atal Mashwani.

Declarações que surgem na sequência dos ideais políticos do Afeganistão, que tem sido dominado pelos talibãs desde 2021, e que, para além de limitar as liberdades das mulheres, apenas reconhece os atletas masculinos nos Jogos Olímpicos, neste caso a representar as modalidades de atletismo, judo e natação.

A velocista Kamia Yousufi, que já representou o Afeganistão no Rio2016 e em Tóquio2020, é assim um dos casos a desafiar o poder talibã. «É uma honra representar novamente as meninas do meu país. Meninas e mulheres foram privadas de seus direitos básicos, incluindo a educação, que é o mais importante. Eu represento os sonhos e aspirações roubados destas mulheres que não têm autoridade para tomar decisões como pessoas livres», anunciou a atleta que tem estado refugiada na Austrália. A ela juntam-se as irmãs ciclistas Fariba e Yulduz Hashimi, sendo que o COI também aceitou outras duas mulheres afegãs: a judoca Nigara Shaheen e ainda Manizha Talash, do breaking, modalidade em estreia nestes Jogos Olímpicos.

Recorde-se que não é novidade todo este conflito político/desportivo entre o Afeganistão e os Jogos Olímpicos. Na primeira fase de domínio talibã, entre 1996 e 2001, O COI já tinha proibido a participação do Afeganistão. Em 2024, encontrou-se uma solução diferente e que acaba por beneficiar os atletas que querem competir em Paris, neste caso na equipa de refugiados. A prova, refira-se, arranca a 26 de julho e termina a 11 de agosto.