Kikas: «30 mil pessoas na praia provocam arrepios»
Fotografia Pedro Mestre/WSL

Kikas: «30 mil pessoas na praia provocam arrepios»

SURF05.03.202419:19

15.º MEO Rip Curl PRO Portugal, arranca quarta-feira em Supertubos, Peniche. Prova mantém-se pelo menos mais dois anos no CT. Portugueses entusiasmados pelo apoio que vem da praia

A 15.ª edição do MEO Rip Curl PRO Portugal, 3.ª etapa do Championship Tour (CT), circuito de elite da Liga Mundial de Surf (World Surf League) arranca esta quarta-feira.

Três portugueses vão entrar em ação na praia de Supertubos, Peniche, única etapa europeia do CT. Frederico Morais, 17.º do ranking WSL, membro residente do circuito mundial e dois wildcards, Francisca Veselko e Joaquim Chaves, ambos campeões nacionais da Liga MEO 2023.

Para Kikas, esta é a nona participação na etapa portuguesa do circuito principal da WSL. «É um orgulho estar entre os melhores, não só como wildcard - algo que sucedeu na temporada passada depois da despromoção do CT -, referiu à margem da conferência de imprensa de apresentação da prova portuguesa que continuará por mais dois anos no calendário internacional, mais um de opção, com o selo da MEO Rip Curl Pro Portugal, conforme acordo assinado entre a WSL e os patrocinadores.

Fotografia Pedro Mestre/WSL

«É especial competir em casa. Ter 30 mil pessoas na praia a gritar por nós, a chamar por nós, dá aqueles arrepios a correr para a água e traz-nos outro alento e vontade. Ter os portugueses aos nossos ombros é incrível», continuou Frederico, que tem no 5.º lugar em 2015, então designado Moche Rip Curl, a melhor classificação em casa. Ele que, na passada semana falhou, no Mundial em Porto Rico, a derradeira oportunidade de ir aos Jogos Olímpicos Paris-2024.

A passagem etapa de Peniche ganha, assim, importância nas contas da continuidade na segunda metade do tour depois do cut (corte) a meio da temporada, a ocorrer na 5.ª etapa. Isso mesmo foi destacado por Frederico Morais – integra o top-22 que garante essa manutenção entre os melhores. «É uma etapa importante para o cut, venho de um 9.º lugar em Sunset [Havai] e é tentar manter a consistência em Portugal. Venho à procura de um resultado importante e bom para começar a perna na Austrália [4.ª e 5.ª etapa] mais relaxado e não com a ansiedade de passar o cut», confessou.

Fotografia Pedro Mestre/WSL

Quanto a Francisca Veselko, recebeu o convite da organização (WSL) e não cabe em si de contentamento e entusiasmo. «Não há nada melhor que surfar à frente de todos nos portugueses, não há nada mais especial do que ter a minha família e a minha mãe na praia a apoiar-me», sublinhou a campeã mundial júnior 2022, também ela, regressada dos mundiais ISA sem bilhete para os Jogos Paris-2024. «Desde os 9 anos que sonho estar aqui [circuito mundial] e não vou parar enquanto não chegar lá», disse na conferência de imprensa.

Fotografia Pedro Mestre/WSL

Joaquim Chaves, wildcard atribuído pela MEO, tem boas recordações de Peniche. Afinal foi onde, no ano passado, se sagrou campeão nacional na última etapa da Liga MEO Surf. «Surfar à frente de Portugal e dos melhores surfistas do mundo é um privilégio que pouca gente tem», realçou. 

«Portugal tem as melhores ondas do mundo»

Fotografia Pedro Mestre/WSL

Ainda na língua portuguesa, o japonês Kanoa Igarashi, 6.º do ranking WSL, foi claro: «Portugal tem as melhores ondas do mundo». «Todos pensam a mesma coisa, mas ninguém quer dizer. Eu e os meus colegas de surf viajamos pelo mundo e a qualidade e consistência das ondas aqui não tem comparação», destacou o surfista que tem residência na Ericeira.

Fotografia Pedro Mestre/WSL

E por falar em ondas, Francisco Spínola, presidente da WSL Europa, África e Médio Oriente relembrou que em Peniche «a previsão [da ondulação] é impossível de prever. É acordar e olhar para o mar», enfatizou, embora se saiba que as mesmas previsões apontem para o preenchimento de todo o período da janela de competição, até 16 de março.

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«A onda pode ser um sonho ou um pesadelo, como disse John John Florence. Agora, resta meter os melhores surfistas do mundo numa das melhores ondas do mundo», concluiu na apresentação que contou ainda com a presença dos líderes do ranking, JJ Florence, vencedor em 2016, e Molly Picklum, australiana de 21 anos e a Caity Simmers, norte-americana de 18 anos, vencedora no ano passado, a primeira vitória entre a elite mundial.

Fotografia Pedro Mestre/WSL
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