«Se entenderem que devem despedir Roger Schmidt, mesmo que custe, há que optar pelo mal menor»
Roger Schmidt no Vélodrome. Foto: IMAGO/PanoramiC

«Se entenderem que devem despedir Roger Schmidt, mesmo que custe, há que optar pelo mal menor»

NACIONAL20.04.202409:00

Opiniões sobre a continuidade de Roger Schmidt no Benfica dividem-se entre adeptos e especialistas

Benfica falhou o objetivo de chegar a uma meia-final europeia, dez anos depois da última, ao ser eliminado pelo Marselha no Vélodrome. Antes, o conjunto encarnado já havia sido eliminado pelo Estoril nas meias-finais da Taça da Liga e pelo Sporting nas meias-finais da Taça de Portugal. A sete pontos dos leões, que seguem na liderança do campeonato, a Supertaça parece ser, cada vez mais, o único título com que as águias vão terminar a época.

Tendo em conta o investimento realizado no plantel e as expectativas criadas pelo desempenho da equipa na época passada, A BOLA falou com Gaspar Ramos, antigo dirigente do Benfica, para perceber se Roger Schmidt deve sair ou continuar no comando das águias na próxima época.

Gaspar Ramos, ex-dirigente do Benfica, segura a taça do Campeonato Nacional. Foto: ASF/PRESS PHOTO AGENCY)

«É evidente que todos sabemos os erros que tem cometido e voltou a cometer ontem [quinta-feira, 18 de abril], mas o processo de despedimento é complexo, primeiro pela parte financeira, mas depois também porque quem gerou tudo isto é que tem agora de avaliar a situação. Foi o presidente que o contratou, aprovou o contrato, certamente deverá ter desenvolvido diálogos com ele, com os seus conhecimentos desportivos. Roger Schmidt não tem só coisas más, também tem coisas boas. É preciso que se adapte e fuja um pouco daquilo que são as suas teorias para que se possa encaixar no que é essencial para o Benfica, que sempre teve um modelo de jogo que leva a que possa controlar o jogo em relação às equipas adversárias, pelo menos no campeonato nacional.

Tem coisas boas certamente, no treino deve ser bom, mas nas constituições das equipas e na utilização dos jogadores durante os jogos tem sido um pouco mau, mesmo relativamente ao modelo de jogo que utiliza.

Nos jogos internacionais temos de estudar o adversário e alterar o modelo de acordo com o que são as exigências dos adversários, mas em Portugal devíamos sempre ser dominadores e isso não acontece, temos tido dificuldade em ganhar às equipas ditas pequenas, porque o Benfica realmente não tem esse estilo neste momento. É isso que é necessário meter na cabeça, tem coisas boas certamente, no treino deve ser bom, mas nas constituições das equipas e na utilização dos jogadores durante os jogos tem sido um pouco mau, mesmo relativamente ao modelo de jogo que utiliza.

Se as pessoas reconhecerem que para um determinado projeto há necessidade de mudar o treinador, mesmo que custe, há que optar pelo mal menor. No meu tempo despedimos um treinador que ganhou campeonato e taça. Não tinha os valores que entendíamos como necessários. Isso tem de ser avaliado em relação a este.»