«Se não nos conseguirmos apurar para o Mundial é um autêntico fracasso»
Fotografia Miguel Nunes/ABOLA

«Se não nos conseguirmos apurar para o Mundial é um autêntico fracasso»

ANDEBOL07.05.202418:35

Paulo Jorge Pereira assume o favoritismo de Portugal para os dois jogos de qualificação para o Mundial-2025 contra a Bósnia–Herzegovina e não se mostrou preocupado com com as ausências dos irmãos Martim e Francisco Costa, assim como do pivô Alexis Borges, considerando que isso até pode dar mais espaço no ataque aos laterais Salvador Salvador ou Alexandre Cavalcanti e ainda permitir a estreia de João Gomes.

O selecionador de andebol, Paulo Jorge Pereira, afirmou, esta terça-feira, que Portugal é favorito no play–off de acesso ao Mundial-2025, com a Bósnia–Herzegovina, e assumiu que seria «um autêntico fracasso» falhar a fase final do campeonato.

Depois do 10.º lugar no Egito-2021 e do 13.º na edição pela Polónia e Suécia em 2023, a equipa das quinas ambiciona a terceira presença seguida Mundiais, tendo, nesse sentido, de vencer uma eliminatória em que tem de se mostrar mais forte, com jogos agendados para quinta–feira, em Guimarães, e domingo, em Tuzla.

«Claro que assumimos o favoritismo. Se não nos conseguirmos apurar para o Mundial é um autêntico fracasso, embora o fracasso esteja sempre no caminho do êxito. Não se pode ganhar sempre. Não se vai perder sempre. Obviamente, somos favoritos», disse, na projeção ao jogo marcado para o Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense (19.30h).

Agradado com o treino, até porque os seus atletas já «começaram a recuperar algumas ideias vindas a trabalhar há muito tempo», o selecionador realçou que a principal missão para a primeira partida é levar a seleção balcânica a sentir «que não pode ganhar».

«É importante eles sentirem que não nos podem ganhar. Às vezes, o resultado pode não ser exatamente o espelho do que acontece no jogo. Temos de os fazer sentir que somos melhores. A partir daí, se tudo acontecer normalmente, vamos vencer, esperando a maior margem possível», acrescentou.

Fotografia Miguel Nunes/A BOLA

Cabeça de série do play–off que vai apurar 11 seleções europeias para o Mundial-2024, face ao 7.º lugar conquistado no Euro Alemanha-2024, Portugal tem de se «entregar a fundo» e encarar os dois jogos com «o máximo de seriedade possível», evitando a tentação de encarar a eliminatória como «uma coisa fácil».

Apesar do 24.º e último lugar no Europeu anterior, a Bósnia–Herzegovina conta com um novo selecionador, Damir Doborac, que pode ter novas ideias, e com jogadores de «excelente nível», como o guarda–redes Benjamin Buric do Flensburg (Ale), o lateral Marko Panic do Montpellier (Fra), e o pivô Adin Faljic, RK Zagreb (Cro), considerou Paulo Jorge Pereira.

O técnico defendeu, por isso, que os 16 portugueses convocados para a eliminatória não podem «ficar satisfeitos» com o que já alcançaram e têm de «querer fazer mais».

«O problema é quando cristalizamos. Somos muito bons se continuarmos a fazer bem. É um registo que é preciso bem. A dificuldade é, às vezes, pensarmos que já estamos a fazer tudo bem», detalhou.

Apesar das ausências, por lesão, dos irmãos Martim Costa, lateral esquerdo que foi o melhor marcador do Euro-2024, com 54 golos, e Francisco Costa, lateral direito, bem como do pivô Alexis Borges, Paulo Jorge Pereira mostrou–se agradado com os elementos ao seu dispor, como os laterais Salvador Salvador ou Alexandre Cavalcanti, que «podem ter mais espaço no ataque», ou ainda João Gomes, que se pode estrear na Seleção.

Convencido de que é uma desvantagem jogar a primeira mão em casa e a segunda fora, o selecionador pediu ainda «um ambiente espetacular» no pavilhão do Vitória de Guimarães, «mais pequeno e aconchegante» do que o Multiusos de Guimarães, palco do icónico triunfo sobre a França, por 33–27, a 11 de abril de 2019.

Caso vença o play–off com a Bósnia–Herzegovina, Portugal irá ao Mundial-2025, competição organizada pela Croácia, pela Dinamarca e pela Noruega, com 32 seleções, entre 14 de janeiro e 2 de fevereiro.