COI apela ao boicote dos Jogos da Amizade organizados pela Rússia
Anéis olímpicos no edifício municipal de Paris (IMAGO/Michael Weber)

COI apela ao boicote dos Jogos da Amizade organizados pela Rússia

JOGOS OLÍMPICOS19.03.202416:22

Instituição diz que a realização dos Jogos da Amizade são «tentativa cínica de tentar politizar o desporto»; organização baseia o pedido em três argumentos: «violação da Carta Olímpica», «a violação das respetivas resoluções da ONU» e «o desrespeito pelos atletas e pela integridade das competições desportivas».

O Comité Olímpico Internacional (COI) emitiu comunicado a denunciar a «tentativa cínica da Federação Russa de tentar politizar o desporto», algo que vai diretamente contra a Carta Olímpica e a pedir o boicote aos Jogos da Amizade de Verão e os de Inverno, realizados pela Rússia como alternativa aos Jogos Olímpicos.

«Reconhecendo que o desporto se inscreve no quadro da sociedade, as organizações desportivas do Movimento Olímpico aplicam a neutralidade política. Têm os direitos e as obrigações de autonomia, que incluem o estabelecimento e o controlo livres das regras do desporto, a determinação da estrutura e da governação das suas organizações, o direito de serem eleitas sem qualquer influência externa e a responsabilidade de assegurar a aplicação dos princípios de boa governação», lê-se na documento Olímpico, que foi reconhecido através de sucessivas resoluções aprovadas pela ONU, cujas aprovações contaram com a abstenção da Rússia e Síria.

«A Comissão de Atletas do COI, que representa todos os atletas olímpicos do mundo, opõe-se claramente à utilização de atletas para propaganda política. A Comissão vê mesmo o risco de os atletas serem forçados pelos seus governos a participar num evento desportivo tão politizado, sendo assim explorados como parte de uma campanha de propaganda política», pode ler-se no comunicado, antes de o denunciar o «desrespeito das normas antidopagem mundiais e a integridade das competições», por parte da Federação Russa.

A instituição baseia assim denúncia e o apelo com base em três argumentos: «a violação flagrante da Carta Olímpica», «a violação das respetivas resoluções da ONU» e ainda «o desrespeito pelos atletas e pela integridade das competições desportivas».

O COI argumenta ainda este último ponto com o facto de, na semana passada, a Agência Mundial Antidopagem (AMA) adverter para a impossibilidade de garantir o devido controlo nos Jogos da Amizade.