Boavista Petit a crescer e apto a voar
Uma época para não esquecer a que Armando Teixeira, mais conhecido por Petit, está a rubricar nesta mais recente passagem pelo Boavista. O treinador tem mesmo motivos para comemorar a bela campanha que os axadrezados já fizeram, entre momentos de enorme qualidade exibicional e outros em que o dedo e a voz do antigo jogador se tornaram decisivos. Dentro e fora do campo.
Frente ao SC Braga, na partida de despedida perante os adeptos, Petit cumpriu exatamente o seu 250.º jogo na Liga e o 100.º como técnico do Boavista no campeonato. Números robustos, que ajudam a embalar um trajeto ascensional que começou no Bessa, ainda em tempos de crise profunda e em competições de menor dimensão - devido ao Apito Dourado -, e que hoje volta a ter o balneário axadrezado como epicentro da carreira.
Homem da casa, com largo registo enquanto jogador, Petit já se aproxima de outras grandes figuras que por ali passaram na qualidade de líderes. Com um acumulado de 174 presenças, está agora a 37 partidas de igualar o reinado de Manuel José (211) e um pouco mais distante de Jaime Pacheco, que disputou 359 desafios oficiais no mundo da pantera.
A temporada prestes a terminar apresenta ainda o melhor de Petit em vitórias no campeonato - 11 -, mais duas do que em quatro situações anteriores ocorridas entre Tondela, Moreirense, Marítimo, Paços de Ferreira e B SAD, os demais emblemas que orientou na nossa melhor Liga.
Face a este registo, e apesar de ter contrato válido com o Boavista, não surpreenderia se Petit desse finalmente o salto que a sua carreira já faz por justificar. Aos 46 anos, não parece haver mais dúvidas quanto ao valor que tem acrescentado às equipas por onde tem passado, todas elas, curiosamente, com parcos recursos.