Miguel Braga reage a acusação sobre a SAD do Benfica e aponta exemplo da Juventus

Sporting Miguel Braga reage a acusação sobre a SAD do Benfica e aponta exemplo da Juventus

NACIONAL28.02.202323:22

Miguel Braga, diretor de comunicação do Sporting, abordou, esta terça-feira, em declarações à Sporting TV, no programa Raio-X, a acusação do Ministério Público sobre Luís Filipe Vieira, Miguel Moreira, ex-diretor financeiro das águias e Domingos Soares de Oliveira, diretor-executivo da SAD encarnada, de fraude fiscal qualificada.

Recordando a condenação a Paulo Gonçalves, sentenciado a ano e meio de prisão com pena suspensa devido ao envolvimento no caso 'E-Toupeira', Miguel Braga declarou: «Convido todas as pessoas a relerem o comunicado do Sporting sobre o processo 'E-Toupeira'. Está bastante claro na forma como expressa a sua opinião sobre o caso. O que está em causa não é um mero assessor jurídico da administração do Benfica. Apesar do tribunal ter escrito que o Paulo Gonçalves foi um elemento preponderante que desencadeou toda a sequência de crimes, ficamos com a impressão de que ficou com a informação apenas para si próprio. Apesar da conduta ilícita, acesso a informação privilegiada e ser assessor jurídico da SAD, esta pessoa ficou com a informação apenas para ela.»
 

Os vários processos judiciais nos quais surge o Benfica serviram para Miguel Braga deixar farpas ao FC Porto e concretamente no âmbito do caso 'Apito Dourado': «Temos um historial no futebol português com o caso 'Apito Dourado', na qual a opinião pública ficou com a sensação de que ficou quase tudo na mesma. Os intervenientes quase a fingir que nada se passou, que não existem escutas e que o crime terá tido um castigo merecido. Diria que não teve e o pior que pode acontecer a uma sociedade é o crime compensar. Porque obviamente fica minada a tal confiança que os cidadãos devem ter nas suas instituições. O Sporting disse que vai estar atento a estes casos e relembrou que lá fora de que a Juventus quando teve crimes de corrupção desportiva, desceu de divisão. A verdade é que em Portugal tivemos um caso no passado que não teve a punição merecida para a gravidade das acusações em causa e, enquanto estamos aqui, já saíram mais notícias de casos relacionados com o Benfica. Não é nada bom para a imagem do futebol português e a nossa justiça. Só esperamos que se faça justiça e não se esteja a gastar horas e anos de investigação para chegarmos ao final e vai tudo com um sorriso para cara e não se passa nada. Seria muito mau para o desporto português e o país.»

Miguel Braga também analisou os casos mais polémicos de arbitragem na 22.ª jornada e deixou recados aos adversários: «Tem passado a mensagem correta de que o Sporting deve concentrar-se em fazer uma segunda volta melhor do que a primeira. É a ideia é continuarmos nesta senda de vitórias, jogo após jogo. É sempre bom quando os adversários perdem pontos. Diria que, para fazermos o pleno faltou marcar um penálti em Vizela. Mas o importante é focarmo-nos nos nossos jogos e trabalho e no final fazemos as contas. Se calhar, o VAR faz confusão ao FC Porto por causa desta história de justiça que o Rúben [Amorim] falou na conferência [de imprensa]. Isto é mais um modo de estar do que outra coisa qualquer. O FC Porto perde em casa e, se há erro do VAR neste jogo, é da não expulsão do Pepe. É uma coisa bastante incompreensível. Se olharmos às expulsões desta época, e lembramo-nos do Essugo, não consigo compreender a não expulsão. Mas percebo a dificuldade e receio que os árbitros têm de não expulsar o terceiro futebolista do FC Porto em casa. É contra esse receio que devemos lutar e trazer mais justiça ao futebol e ao resultado. Volto a dizer: se há erro clamoroso, é o único erro da não expulsão do Pepe. Que acredito que não foi feito exatamente por haver esse receio e clima constante de intimidação que existe relativamente às equipas de arbitragem cada vez que o FC Porto perde ou empata um jogo."

O dirigente prosseguiu nas críticas e atirou-se ao dirigente portista Luís Gonçalves, expulso na vitória sobre o Rio Ave: «Põe mais em causa a imagem do futebol português a falta de coragem que existe para expulsar jogadores, muitas vezes estes do FC Porto, porque existe uma proteção excessiva. Já existiram várias casos esta época, expulsões perdoadas ao Uribe, ao Wendell, essa santidade, Otávio, na Liga. Todos esses factos fazem mal ao futebol português. Este clima de intimidação aos árbitros devia acabar em nome da verdade desportiva e para se respirar um melhor clima no futebol português.»

Quanto aos incidentes registados em Herning (Dinamarca) envolvendo adeptos leoninos, frente ao Midtjylland, Miguel Braga afirmou: «Só podemos aguardar pela sentença da UEFA. Mas sabendo que os incidentes e imagens estão no relatório da UEFA e confirmam o que o Sporting escreveu no comunicado. Não vale a pena inventar de que nada se passou. As pessoas viram, está no relatório da segurança da UEFA e vamos ver o que o futuro nos reserva por causa do comportamento de alguns adeptos infelizmente.»