Jorge Castelo: «Pressão do Benfica foi boa, inteligente e dominadora»
Di María e Hjulmand na meia-final da Taça de Portugal. Foto: IMAGO/ZUMA Wire

Jorge Castelo: «Pressão do Benfica foi boa, inteligente e dominadora»

NACIONAL03.04.202423:00

Treinador considera que as águias fizeram uma grande primeira parte, e que têm de repetir o registo no sábado se quiserem vencer o dérbi

O Benfica empatou contra o Sporting na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal e, apesar de ter rubricado talvez a melhor exibição da época, disse adeus ao Jamor. A BOLA falou com Jorge Castelo, treinador, para perceber o que os encarnados podiam ter feito de diferente, e o que esperar para o dérbi que decorre no próximo sábado.

Professor Jorge Castelo, treinador de futebol. Foto: Miguel Nunes/ASF

— O que faltou ao Benfica para ter ganho o duelo contra o Sporting?

— Faltou não conseguirem, durante o jogo todo, ter aquele potencial que demonstraram na primeira parte. Houve ali um momento, no segundo tempo, em que o Benfica já não conseguiu maniatar o Sporting. Mas o Rúben Amorim tem aqui o mérito de, quando fez as substituições ao intervalo, ter modificado muito o jogo. A rotação dos centrais e a entrada de Catamo para a direita deixou o Benfica mais exposto naquele corredor. Penso que esta questão mais o facto de o Sporting ter marcado primeiro e logo a seguir ao intervalo fez com que o Benfica se desequilibrasse um pouco. O Sporting foi provavelmente mais competente nos dois jogos, e isso é que conta. Benfica esteve a um passo da final, mas o Sporting conseguiu encontrar as soluções, pelo menos na segunda parte, pois na primeira foi um pouco penoso. Marcar no início da segunda é um tónico fantástico para quem estava a sofrer na primeira e isso do ponto de vista psicológico conta muito.

— Benfica foi prejudicado pela arbitragem?

— O árbitro deixou o jogo seguir bastante, para que tivesse ritmo. Eventualmente em algumas situações impunham-se medidas disciplinares mais rápidas, e depois há aquela situação do Rafa e do Coates. Ao princípio, olhei para a situação e considerei que não era penálti. Depois, vendo vários ângulos, parece-me que o lance é muito parecido com a situação na Amoreira, entre FC Porto e Estoril. Olhando para os dois lances, parece-me que ambos são penáltis.

— O que é preciso mudar para vencer no sábado?

— O Benfica tem de fazer uma primeira parte como a que fez na Luz, em que a pressão foi boa, inteligente e dominadora. Fazer com que o Sporting se sinta inseguro. O Sporting tem uma dupla vantagem, está um ponto à frente e tem um jogo a menos. Não foi por acaso que, quando fizeram a pergunta ao Amorim sobre o que ia mudar, ele disse que não respondia. Não estou a ver o Benfica a fazer grandes alterações, penso que toda a equipa jogou bem. Errou em pequenos momentos, é difícil sofrer logo no início da segunda parte e daquela maneira. Schmidt já deve ter visto muitas vezes o golo e verificado quem foi que não saiu da posição ofensiva para a defensiva do jogo, e tudo pelo corredor direito, pelo lado que Amorim refrescou. Foi uma pera doce para fazer o golo. Quem parte na frente raramente perde o jogo.

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