«Bruno Lage? Ninguém sabia nada daquilo e alguns jogadores não gostaram...»
Bruno Lage (IMAGO / Sports Press Photo)

«Bruno Lage? Ninguém sabia nada daquilo e alguns jogadores não gostaram...»

INTERNACIONAL06.12.202309:20

Lúcio Flávio, que foi adjunto de Bruno Lage no Botafogo, falou sobre a passagem do treinador português pelo 'fogão', tendo revelado ainda sentir-se injustiçado pelo tratamento do clube

Lúcio Flávio, que foi adjunto de Bruno Lage no Botafogo e acabaria por assumir a equipa depois da saída do técnico português, recordou o episódio em que o ex-treinador de Benfica e Wolverhampton colocou o lugar à disposição, após uma derrota com o Flamengo.

«Ninguém sabia nada daquilo [que ia colocar o lugar à disposição]. Até a nós chamou a atenção. Ele disse que queria chamar a responsabilidade para ele, porque vinha a sentir essa pressão e obrigação de ganhar o campeonato. Isso repercutiu-se no grupo. Alguns jogadores não gostaram da forma como ele se pronunciou. Aos poucos tentámos ajustar. Para um grupo, aquilo não soa bem e os jogadores falaram num grupo de WhatsApp... Tentei refazer o clima e foi acontecendo aos poucos», referiu, em declarações ao Charla Podcast, onde também revelou que tentou Bruno Lage a jogar com Diego Costa e Tiquinho Soares juntos no ataque.

«'Bruno, este é um jogo em que podemos jogar com os dois avançados. Recuamos um pouco o Eduardo'. Mas ele disse na véspera que estava mais inclinado a jogar com o Diego. Eu disse que o Tiquinho poderia ter ido para a seleção e lesionou-se, mas estava a recuperar aos poucos. Disse que ainda existia a expectativa e que era o goleador da equipa, ídolo dos adeptos e de grande parte dos jogadores do plantel, e que isso poderia mexer no balneário. Silêncio no almoço, balneário diferente. Vamos para o jogo, aquecimento com um clima mais pesado. Depois de tudo, ele teve de entrar e fez o golo», prosseguiu.

Lúcio Flávio (IMAGO / Fotoarena)

Lúcio Flávio viria a deixar o comando técnico da equipa, tendo sido rendido por Tiago Nunes. Numa primeira fase teve a indicação de que se iria manter no clube como adjunto, algo que não aconteceu.

«Fui informado em Bragança que teríamos um novo treinador, mas que continuaria no clube como adjunto, por isso digo que me senti injustiçado. Mas o clube tem todo o direito de me mandar embora. O tempo mostrou que não era eu o culpado. A equipa não ganhou nenhum jogo. O processo do futebol está ligado à pressão, e quando não a queres do teu lado, atiras para outro», completou.