Tudo ao molho (no ataque) e fé em nosso senhor dos golos: os destaques da Seleção

Tudo ao molho (no ataque) e fé em nosso senhor dos golos: os destaques da Seleção

SELEÇÃO17.11.202300:14

Cristiano Ronaldo ameaçou antes do intervalo e cumpriu no início do segundo tempo, com o 1-0 que desbloqueou Portugal. E teve em João Cancelo, autor do 2-0, um fiel escudeiro.

Melhor em campo: Cristiano Ronaldo (7)

Quando é preciso, lá está o «siiiii!»
Teve tudo para o 1-0 após fífia do guarda-redes (22’), mas o remate saiu enrolado e contra Malin. Surgiu de novo nos três minutos de compensação da primeira parte, com três ocasiões: primeiro de bicicleta, ao lado; depois, com remate travado entre as pernas pelo guarda-redes; e, por fim, cruzado e a rasar o poste. Prometeu antes do intervalo, cumpriu logo depois do mesmo, atirando ao poste (46’) e marcando mesmo aos 47’. Aí estava o 1-0 que desbloqueou o imenso… bloqueio da primeira parte. E vão 10 (em oito jogos) na qualificação.

JOSÉ SÁ (6) — Nem uma defesa para a fotografia na primeira hora da memorável estreia? Pois, foi essa a realidade de Sá na primeira vez na baliza de Portugal, após tantas convocatórias 
a ver jogos no banco. No Liechtenstein não foi muito diferente, tão pouco foi o trabalho que teve… Exceção: aos 61’, travou Salanovic que surgia isolado.

ANTÓNIO SILVA (6) — Nas alturas, foi tudo dele, dono e senhor do espaço aéreo na área. Assistiu Cancelo para o 2-0 com passe longo e preciso. 

RÚBEN NEVES (6) — Recuou para terceiro central e cumpriu. Mas foi no ataque que primeiro se viu: que tiro, aos 13’, na primeira ocasião de perigo.

TOTI GOMES (7) — Rápido e possante, não deu hipóteses aos adversários, ora no centro, ora no papel de lateral-esquerdo que muitas vezes assumiu. Grande estreia na Seleção! 

JOÃO CANCELO (7) — Grande exibição, ora a defender, quando 
a equipa se redesenhava em 4x4x2, ora a atacar, como tão bem faz, combinando excelentemente com Bernardo Silva
Fez o 2-0 em lance caricato, deixando o guarda-redes pelo caminho na linha lateral da grande área, atirando para grande golo. Capitão após saída de CR7.

BRUNO FERNANDES (5) — Bússola a indicar o norte, mas menos influente do que é costume. Aos 43’, primeiro disparo, forte e com efeito, mas bem encaixado por Buchel. Passou a ser o único totalista da qualificação, perante a ausência de Rúben Dias.

DIOGO JOTA (5) — É mesmo no meio-campo ao lado do Bruno, mister? João [Félix], percebeste se és tu a subir para extremo ou se abro eu do meio para a ala? Estas as questões que dominaram grande parte da mente de Jota na primeira parte, tal o desnorte nas combinações, tantas as vezes em que ele e outros, num mal geral, se desentendiam e até se atropelavam. Mas sublinhe-se que é dele o passe em profundidade a lançar Ronaldo para o 1-0.

JOÃO FÉLIX (4) — Parecia perdido entre a função de lateral e extremo na esquerda e demorou a entender-se com as movimentações de Diogo Jota entre o centro do meio-campo e a ala. Mas não esteve só nesta confusão: a tática ambiciosa (e estranha) de Martínez para este jogo demorou a ser entendida pelos jogadores. Algo displicente em alguns momentos, noutros pareceu abstraído. Ainda atirou para o fundo das redes (71’), mas o lance foi anulado (Jota estava, antes, fora de jogo) e, depois, ao lado (79’). 

BERNARDO SILVA (5) — Encostado à direita, entendeu-se às mil maravilhas com Cancelo – ao contrário do que acontecia na esquerda com Félix e Jota. Um dos que mais lutaram contra a lentidão e previsibilidade do conjunto português na primeira parte, mas foi o primeiro a sair (60’). 

GONÇALO RAMOS (4) — Tentou de cabeça (14’), mas por cima. No segundo round… que falhanço, após bela jogada entre Bernardo Silva e Cancelo à direita, com o avançado do PSG, sozinho ao primeiro poste, a cabecear ao lado. Não foi a noite dele, esteve apagado e até um golo viu ser anulado (82’).

RICARDO HORTA (4) — Encostou-se à direita do ataque e dali só algumas vezes saiu para tentar pelo meio o que não estava a sair pela ala. Nem sempre foi bem sucedido.

VITINHA (5) — Tentou ser o comandante das operações a meio-campo, mas esbarrou muitas vezes na muralha do Liechtenstein.

BRUMA (5) — Regresso à Seleção, quatro anos e dois dias depois da última internacionalização. Fixou-se na esquerda, onde ensaiou um par de arrancadas seguidas de cruzamentos.

JOÃO MÁRIO (-) — Terceira estreia da noite, mas pouco tempo.

JOÃO NEVES (-) — Certinho no passe, intenso no par de duelos de que dispôs e… pouco mais.