A BOLA NO EURO Seleção protegida por seguranças... turcos

São várias dezenas a salvaguardar a tranquilidade e privacidade dos jogadores. À vista do Portugal-Turquia deste sábado, não arriscam prognósticos. Equipa de segurança com muitas nacionalidades

Dilsad veio do Curdistão e está numa das portas laterais do hotel, do lado de lá das grades que mantêm a distância entre adeptos e jogadores; Khalil chegou do Líbano há vários anos e guarda a zona onde entra toda a comida; Fayez é refugiado sírio e encontrou na Alemanha a paz que perdera no seu país - está no portão principal, o mais quente, onde a euforia é maior, onde se acumulam fãs desde a madrugada até altas horas do dia, em busca de um vislumbre de uma das estrelas de Portugal; e há ainda Ibtisam, o jovem iraquiano que deixou o país com os pais em busca de vida melhor — é um dos que está no apoio à zona de imprensa.

Ao lado de todos eles, com os mesmos coletes amarelos, estão dezenas de imigrantes turcos, como Aras, também na zona de imprensa, Elif e Miraç, ambos no controlo da área de treinos, todos contratados pela empresa escolhida para, em conjunto com as autoridades germânicas, garantir a segurança de todo o perímetro do hotel que serve de quartel-general da Seleção Nacional neste Euro 2024.

Em comum têm a simpatia, o profissionalismo e o orgulho com que desempenham a função — e também o facto de nenhum querer ser filmado pela nossa reportagem. Certo é que, nem o facto de a seleção da maioria deles, a Turquia, ir amanhã enfrentar a que eles guardam, Portugal, os desvia um milímetro da vigilância necessária. Ali, a segurança de Cristiano Ronaldo e companhia está acima de tudo.