Seleção: Pedro Neto dois anos e meio depois para se afirmar de vez
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Seleção: Pedro Neto dois anos e meio depois para se afirmar de vez

SELEÇÃO06.09.202320:00

Extremo do Wolverhampton participou em apenas três jogos pela equipa das quinas devido às lesões, apesar de já ter sido considerado uma arma de Fernando Santos

Dois anos e meio depois, Pedro Neto pode voltar a somar minutos pela Seleção principal. Lançado em novembro de 2020 por Fernando Santos, com inclusão imediata no onze inicial para o particular com Andorra (7-0), o jovem extremo mostrou desde cedo ser alguém a ter de estar por perto nos tempos mais próximos. 

Colocado sobre a esquerda, juntou à estreia um golo, mais concretamente o primeiro da goleada, a passe de Sérgio Oliveira. Uma jogada de envolvimento pela direita, com vários intervenientes posteriores, deixou-lhe a bola ao jeito do pé mais apurado, o esquerdo, que fuzilou Josep Gomes. Ao intervalo da partida da Luz, ficou no balneário. Entrou no seu lugar Cristiano Ronaldo. Tornou-se o primeiro jogador nascido em 2000 a jogar pela equipa das quinas.

Estreia vai ficar para sempre marcada na minha carreira

«Foi um sonho. Estrear-me e marcar é o concretizar de um sonho de criança. Vai para sempre ficar marcado na minha carreira. Foi um momento muito especial», avaliou após o final do encontro, antes de responder à questão sobre o que o selecionador lhe tinha pedido para esses primeiros minutos: «Disse-me para fazer o que faço no meu clube, uma vez que foi isso que levou à minha chamada. Foi o que fiz, joguei o meu futebol como procuro fazer sempre.»

Dias depois, não saiu do banco diante de França e Croácia, em encontros da fase de grupos da Liga das Nações, porém em março voltou a constar nos eleitos para a jornada tripla da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo. Participou no primeiro, de novo enquanto titular, diante do Azerbaijão (1-0), e esteve em campo 63 minutos, período durante o qual Portugal chegou ao único golo da partida, graças à infelicidade de Maksim Medvedev, que acertou na sua própria baliza. Depois, no empate no Marakana de Belgrado (2-2), assistiu a tudo desde o banco. Por fim, a 30 de março, na visita ao Luxemburgo, aproveitou a lesão de João Félix aos 41 minutos para carregar o selecionado luso para o triunfo com duas assistências: a primeira, no 0-1, já no segundo minuto de compensação da primeira parte, num cruzamento para a finalização de Diogo Jota; e a derradeira, aos 80 minutos, ao converter o canto que valeu o 1-3 a João Palhinha. Só voltou à equipa em setembro do último ano para ser suplente não utilizado frente à República Checa.

Duas lesões graves retiraram-lhe a hipótese de representar Portugal em duas fases finais. No Euro-2020, que se realizou um ano mais tarde devido à pandemia, era praticamente ponto assente que estaria presente. Aliás, a sua irreverência, com a capacidade de desequilibrar no 1x1, deixou mesmo saudades, tendo em conta a raridade de tais ações entre os outros elementos da convocatória final. Contudo, a rótula do joelho cedeu e teve de parar nove meses. Voltou em janeiro de 2022 para parar de novo em março. Agora, foi o tornozelo a levá-lo à mesa de operações, com sentença imediata e muito difícil de digerir. Estava fora do Campeonato do Mundo.

Os dois problemas afetaram a sua prestação nos últimos meses. É nesse sentido que é chamado aos sub-21, tendo em vista a fase final do Campeonato da Europa em junho passado, realizado na Bielorrússia. Esteve nas quatro partidas de Portugal e somou apenas uma assistência, o que diz bem do seu momento de forma. No entanto, recuperou, iniciou bem a nova temporada - 4 jogos, 3 assistências -, o que justificou a chamada a Roberto Martínez. Espera-se que, finalmente, se afirme de vez. Desde que as lesões o deixem em paz.