Seleção: a importância de continuar a ganhar
Foto: IMAGO

Seleção: a importância de continuar a ganhar

SELEÇÃO15.10.202301:03

Próximo passo é garantir o estatuto de cabeça de série no sorteio

Garantido o apuramento para a fase final do Campeonato da Europa, a três jornadas do fim, Portugal pode encarar os próximos encontros, na Bósnia (já esta segunda-feira), no Liechtenstein (a 16 de novembro) e em Alvalade com a Islândia (a 19 de novembro), sem pressão. Na sexta-feira, após o triunfo por 3-2 sobre a Eslováquia que garantiu a presença no Alemanha-2024, o selecionador Roberto Martínez e vários jogadores falaram nos próximos encontros como uma oportunidade para afinar várias coisas, uma espécie de treinos competitivos onde também são esperadas algumas experiências. Mas é importante continuar a vencer, no mínimo bater Bósnia ou Islândia, e a A BOLA explica-lhe porquê.

Tal como para o Euro-2020, realizado em 2021 por causa da pandemia, a UEFA vai usar os resultados da qualificação para definir os potes para o sorteio da fase final, que tem lugar a 2 de dezembro, em Hamburgo. Para equilibrar as contas, porque há grupos com cinco e seis seleções, eliminam-se os resultados obtidos perante os sextos classificados, nos casos em que existam. Os vencedores dos grupos ocuparão os lugares 1 a 10 do ranking. Os segundos classificados as posições 11 a 20. As seleções são ordenadas da seguinte forma: mais pontos obtidos; melhor diferença de golos; maior número de golos marcados; maior número de golos marcados fora; maior número de vitórias; maior número de vitórias fora; conduta fair play; e, se necessário, como último critério de desempate, o ranking obtido na última Liga das Nações.

Assim, no pote 1, ao lado da Alemanha, organizadora, vão estar os cinco vencedores de grupos com melhor ranking, ou seja, com melhores resultados no apuramento. No 2 ficam os restantes cinco vencedores de grupos e o melhor segundo. O pote 3 será composto pelas seleções que fiquem entre o 12.º e o 17 .º lugar do ranking. Finalmente, no pote 4 vão estar os três piores segundos classificados (18.º, 19.º e 20.º do ranking) e os três vencedores dos play-offs, que se realizam em março do próximo ano, já depois do sorteio para a fase final.

No Euro-2020, Portugal não foi além do 2.º lugar no seu grupo de qualificação (atrás da Ucrânia) e, pior que isso, foi apenas o terceiro melhor segundo. Ficou, assim, no pote 3, e consequentemente acabou num grupo dificílimo, com Alemanha e França. Apurou-se como um dos quatro melhores terceiros, mas não evitou duelo com a Bélgica nos oitavos de final, caindo então às mãos da seleção treinada por Roberto Martínez.

Desta vez, Portugal está bem encaminhado para ficar no pote 1 e com isso ter em teoria um sorteio mais fácil. É verdade que nem a vitória no grupo está matematicamente garantida (basta fazer um ponto ou basta que a Eslováquia perca pontos), mas é irrealista pensar que ela possa escapar. O que garante desde logo um lugar, no mínimo, no pote 2.

Em todo o caso, só com vitórias, Portugal assina neste momento a melhor qualificação de toda a campanha (com melhor diferença de golos que a França, que também ainda não perdeu pontos) e está perto de garantir um lugar no pote 1. Excluindo os resultados com o Liechtenstein, que vai ficar no último lugar do Grupo J, sobram à Seleção lusa seis vitórias e 18 pontos. 

Dos dez atuais líderes na qualificação, quatro (tal como os seus perseguidores) já perderam pontos em dois jogos: Albânia, Turquia, Suíça e Eslovénia. Ou seja, o máximo que podem conseguir são 20 pontos. Portugal, se vencer na Bósnia, garante 21. 

Perante a superioridade evidenciada nos seus grupos, Portugal, França, Bélgica, Inglaterra, Hungria e Escócia (ou Espanha, que em princípio vencerá o grupo se ganhar os três jogos em falta) são os seis candidatos aos cinco melhores primeiros e à entrada no pote 1. Portugal, com triunfo sobre a Bósnia (ou, se perder, sobre a Islândia), assegura que fará no mínimo os mesmos pontos que Escócia ou Espanha e tem neste momento vantagem considerável na diferença de golos. Um lugar entre os cabeças de série permite evitar as outras equipas do pote 1. Ou seja, se Portugal continuar a ganhar garante um sorteio bem mais acessível a 2 de dezembro.