Reecontro já não poderá ser numa final, mas adeptos franceses já escolheram adversário nos ‘quartos’; Éder ainda vivo na memória: «É normal que não gostemos dele»; Muita confiança apesar desta ser a primeira vez que Didier Deschamps não termina uma fase de grupos numa primeira posição num Europeu
DORTMUND — Ninguém gosta de assumir a palavra vingança, demasiado forte quando se trata de futebol, assumem. Mas ninguém esquece ou consegue apagar da memória aquela noite de 10 de julho de 2016. Alguns, confessam a A BOLA, ainda ter pesadelos com o remate de Éder que deu a Portugal um inédito título europeu diante da anfitriã França.
«Seria melhor na final mas se tiver de ser nos quartos de final. E aí a França vai ganhar por 2-0. Não seria uma vingança mas iria saber muito bem. Ainda mais diante de Ronaldo, uma estrela, talvez o jogador mais famoso do mundo», começou por dizer Jerome, que optou por trazer os dois filhos de França, devidamente equipados, para o duelo de hoje em Dortmund.
Thibau, por sua vez, rodeado de um grupo de amigos, sorri assim que a palavra Éder surge no discurso. «Sabe… somos de Lille e ele nunca jogou muito por lá. Depois atira um remate daqueles. É normal não simpatizarmos muito com ele», uma opinião comungada por Erwan: «Ainda hoje estamos para perceber de onde veio aquele golo de Éder. Nunca jogou nada na nossa Liga e depois surge aquele remate… Respeitamo-lo, claro, e não pensamos em vingança com Portugal porque isso não nos irá trazer o troféu de volta. É futebol, temos de aceitar, Portugal ganhou com mérito e Ronaldo merecia um título internacional. Não sendo possível uma final com Portugal que seja contra a Inglaterra porque esses nunca ganham nada [risos]», disse em tom muito animado, colocando esperança numa recuperação de Mbapé, fisica e anímica, ao longo da competição .
«Estivemos bem defensivamente nos primeiros jogos, também no meio-campo, faltou poder de fogo no ataque, sobretudo após aquela lesão de Mbapé. Mas ainda vai recuperar e a tempo de ser uma figura deste torneio, pois quer ganhar muito o seu primeiro Campeonato da Europa», finalizou.
Entre dois jogadores com poderes especiais, Mbappé e Lewandowski, nenhum ganhou mas ambos marcaram; Gaulês ‘mascarado’ assim como toda a equipa na eficácia; Polónia caiu de pé, resistiu sempre e mereceu o prémio
«Falta aqui o Haaland!»
França e Polónia mediram forças, num duelo em que os gauleses tiveram em minoria, mas neste Europeu encontramos com facilidade apoiantes vindos de toda a parte do mundo. É o caso de Hariaw, um norueguês que fez questão de fazer uma longa viagem com um único objetivo.
«Vou ver dois jogos de Portugal e outros dois da França. Só por causa de Mbapé e Ronaldo que são os dois melhores jogadores deste Europeu. Uma final com ambos seria ideal, a juventude contra a experiência… pena faltar Haaland nesta luta», lamentou este jovem adepto que apontou um reparo: «Haaland tem de estar presente nestes eventos se quer entrar no lote dos melhores. Mas na Noruega faltam jogadores e uma estrutura sólida federativa», apontou.