Turquia-Portugal, 0-3 Os destaques de Portugal: água gelada de Vitinha num banho turco lusitano
Para quem diz que o futebol é para grandes... médio (voltou) a ser gigante; Consistência de Pepe e explosão de João Cancelo (um jogador às... direitas) ajudaram; Uma nota: Cristiano Ronaldo feliz e generoso!
Melhor em campo: Vitinha (8)
Esplêndido. Parece sempre complicado atribuir-lhe esta distinção. Porque não é daqueles jogadores de encher o olho, de fazer dois ou três dribles capazes de se tornarem virais nas redes sociais, de ser aquele jogador decisivo no último passe, de ser um goleador. O mérito de ser esplêndido por ser maior, decisivo, em todos os outros capítulos do jogo que carregam a equipa. Dinâmico, sempre a pensar mais rápido do que os outros, equilibrado, inteligente a ler o jogo, Vitinha cresce quanto mais… isolado está. Foi assim na segunda parte, sobretudo após a saída de Palhinha que mais ganhou asas, com percentagem de passes certos, eficiência plena, na construção e forma como consegue evitar problemas antes dos mesmos acontecerem.
Diogo Costa (6)
Frio. Uma exibição determinante, marcada, sobretudo, pelo momento ainda na primeira parte (31’) com defesa de nível elevadíssimo a Akturkoglu. Muito atento nas saídas, eficácia no jogo de pés, sempre ligado e focado no jogo.
João Cancelo (8)
Entusiasta. A jogar na posição onde parece mais confortável, na direita, conseguiu esticar o jogo ao limite. Com segurança defensiva e arrojo ofensivo notável (foi ele que ‘obrigou’ o mau passe que ditou o autogolo de Akaydin) foi um dos que mais animou as bancadas. Pormenores técnicos deliciosos aliados a um rendimento muito acima da média. Uma exibição muito positiva. De mão cheia.
Rúben Dias (6)
Competente. Destemido perante o poderio físico dos turcos, eficaz na leitura dos lances e da ocupação dos espaços, o central complementou-se na perfeição com Pepe. Ficando mais liberto para fechar caminhos, mais exposto, é certo, mas com uma competência sublime.
Pepe (8)
Líder. Não há palavras para descrever a frescura deste ‘menino’ de… 41 anos. Solto, a sair a jogar como se fosse um médio, mas sempre com critério. Travou duelos intensos com Yilmaz mas ganhou quase todos. Saiu aos 83’ e recebeu uma ovação tremenda, como reconhecimento pela sua eficiência e experiência que, em jogos de nível elevado, ganham maior notoriedade.
Nuno Mendes (6)
Assertivo. Não fez um jogo perfeito, sobretudo defensivamente, pois Akgun deu-lhe inúmeros problemas, mas foi crescendo, ganhando confiança e terminou muito bem com um cruzamento perfeito, após (mais) um excelente lance de entendimento pela direita, que originou o golo inaugural de Bernardo Silva.
Bruno Fernandes (7)
Inteligente. Não teve a influência que, por norma, apresenta neste tipo de jogos sempre que a equipa assina uma exibição positiva. Muito interventivo, a pedir bola para fazer a diferença no último terço do terreno, esteve sempre no local certo, a arriscar o remate (24’, 35’) e foi premiado, já no segundo tempo, num lance em que correu todo o campo para que o capitão, Cristiano Ronaldo, lhe oferecesse um golo de bandeja.
Palhinha (6)
Sacrificado. Por um cartão amarelo que obrigou, a uma gestão a pensar no futuro. Ficou no balneário ao intervalo, mas cumprindo com mestria a sua missão. A fechar espaços, com um raio de ação muito largo (nos primeiros 10 minutos já tinha evitado dois lances turcos que prometiam fazer estragos).
Bernardo Silva (7)
Produtivo. Pode não fazer muito, com um ou outro lance sem a sequência desejada (o que raramente acontece) mas o pouco que faz… é feito com mestria e uma produtividade incrível. Marcou um golo cedo, que acabaria por desbloquear a partida, o seu primeiro em fases finais de Europeus e Mundiais, algo que, dada a sua importância, parece ter surgido tarde. Um golo muito festejado, plenamente merecido, pelo equilíbrio que deu à equipa.
Cristiano Ronaldo (7)
Benevolente. Ainda não foi desta que houve o simmmmmm que andamos a ouvir na Alemanha em cada ponto por onde passamos. E não foi por falta de ocasiões. O capitão português, muito generoso, ofereceu o golo a Bruno Fernandes quando estava na cara de Bayindir. Jogou com a equipa e, estando sempre muito vigiado, aproveitou para fazer a diferença a assistir companheiros.
Rafael Leão (6)
Decisivo. Muito impactante no corredor direito, um dos que melhor soube aproveitar as fragilidades defensivas turcas. Foi nele que nasceu o primeiro golo, após uma excelente arrancada, entendeu-se às mil maravilhas com Nuno Mendes, mas foi amarelado e Roberto Martínez não quis correr riscos e deixou o extremo no balneário ao intervalo.
SUPLENTES
Pedro Neto (7)
Esmerado. Em querer mostrar serviço a cada oportunidade. Estando bem, como parece que está, é um jogador diferenciado. Veloz, técnico, acutilante, entrou e foi um dos responsáveis pelo crescimento da equipa na etapa final.
Rúben Neves (7)
Descontraído. Uma aposta certeira. Não porque Palhinha estivesse a jogar mal, longe disso aliás, mas diante de um adversário que perdeu motivação e fulgor, foi determinante sobretudo na capacidade para o passe longo. Foi ele que encontrou Ronaldo no lance que originaria o 3-0, entre muitas boas movimentações para fechar linhas ao adversário.
Nélson Semedo (6)
Aplicado. Deu fulgor pelo corredor, muito objetivo, a tentar ganhar pontos para um setor onde existem muitas opções. Ontem voltou a deixar uma marca positiva.
António Silva (5)
Regular. Entrada tranquila, conseguindo anular a linha ofensiva turca que foi deixando de acreditar num resultado positivo. Cumpriu.
João Neves (-)
Estreante. Uns segundinhos marcantes, pois foram os primeiros deste médio numa fase final de um Europeu. Não deu para muito mais do que isso…