«O selecionador precisa de ter dores de cabeça» - Tudo o que disse Roberto Martínez
Roberto Martínez, selecionador de Portugal (Grafislab)

«O selecionador precisa de ter dores de cabeça» - Tudo o que disse Roberto Martínez

SELEÇÃO21.03.202423:56

Treinador gostou do desempenho dos jogadores no particular desta quinta-feira com a Suécia; destaca competitividade e atitude no grupo e antecipa dificuldades para fazer a lista final para o Euro-2024

— Que importância teve este jogo, que serviu para lançar um novo jogador na equipa. Saiu satisfeito do Estádio D. Afonso Henriques?
— Foi um exercício muito importante. Trabalhámos conceitos defensivos, gostei muito das novas ligações, o espírito e o compromisso para o jogo foram muito bons, mas há conceitos que precisamos de melhorar. Foi muito bom poder jogar contra uma equipa com um talento e atacantes do nível como aquele que hoje [ontem] vimos.

— Como viu a pressão alta exercida pela Suécia?
— É um aspeto importante, mas arriscado. Temos muita velocidade e podemos utilizar isso melhor. Não ultrapassámos a linha de pressão, mas temos qualidade e tempo para trabalhar isso. Mas gosto de equipas que gostam de pressionar alto, porque ficamos com espaço. Vimos, na primeira parte, o Rafael Leão com muitas oportunidades para entrar no espaço e é bom para o nosso percurso ter equipas com ideias de arriscar.

— A equipa trabalhou um novo conceito defensivo, o que pretendeu com isso?
— Era uma oportunidade para nós trabalharmos isso. A comunicação entre o Pepe e Rúben Dias com o Palhinha criava uma linha de três, numa formação diferente, mas uma linha de três que trabalha muito bem e defendeu o talento de dois pontas de lança da Suécia. Um conceito defensivo que trabalhámos bem e gostei como estivemos hoje [ontem]. São formas diferentes de defender como equipa.

— A exibição do Jota Silva, que esteve duas vezes na cara do guarda-redes da Suécia, validou a sua opção em chamá-lo?
— Há três passos. Um é chegar à Seleção. A chamada é porque está a fazer época muito boa, é jogador versátil, um jogador diferente, que está a fazer época muito boa. Pode jogar nas alas ou como ponta de lança. E depois o passo seguinte é mostrar um aspeto positivo durante o treino: fez isso e gostei disso, mereceu a estreia. O ambiente era espetacular e a estreia do Jota Silva tornou o ambiente ainda mais especial. Faz parte de um grupo competitivo, mas a sua carreira, o seu nível e o seu papel, agora com o V. Guimarães, pode crescer. Jota Silva é exemplo para o futebol português.

— Quando a equipa estava a vencer por 4-0, o Rúben Dias foi ao banco de suplentes e trocou algumas impressões consigo? Pode partilhar o que conversaram, até porque depois a Suécia marcou dois golos?
— Partilhamos sempre situações durante o jogo. Tínhamos uma ideia de como a Suécia ia executar a pressão, tentámos soluções e perceber os espaços que pudéssemos explorar. O Rúben tem muita experiência.

— Mas nem tudo foi positivo. Aqueles dois golos eram evitáveis?
— Não gostamos de sofrer golos. Faz parte de um jogo amigável, mas não gostei de dar dois golos da forma que sofremos. Dois centrais? Era uma oportunidade para trabalhar a comunicação entre o Pepe, o Rúben Dias e o Palhinha. Uma linha de três que defendeu bem o talento dos dois avançados da Suécia. Gostei.

— O Matheus Nunes também esteve num plano acima da média. Concorda?
— Era importante ver Matheus Nunes num esquema de jogadores de experiência. Ele tem grande capacidade física e está num patamar importante. Teve um bom desempenho e demonstrou diante da Suécia que tem valências diferentes dos nossos médios.

— Tem muitas dores de cabeça?
— Muito positivo. O selecionador precisa de ter dores de cabeça, agora no estágio de março não é o momento final, é para recolher informação. O espírito é muito bom. Em maio é que preciso de ter dores de cabeça, no momento de dar a lista.