O espalha-brasas, o coração com disciplina e a ideia de ter Nuno Mendes: tudo o que disse Martínez
Roberto Martínez, selecionador de Portugal (Foto: IMAGO / Eibner)

O espalha-brasas, o coração com disciplina e a ideia de ter Nuno Mendes: tudo o que disse Martínez

SELEÇÃO18.06.202423:23

Selecionador de Portugal explicou tudo sobre a exibição portuguesa na vitória desta terça-feira frente à Chéquia, na 1.ª jornada da fase de grupos do Euro 2024

Saiba o que disse Roberto Martínez sobre vários temas:

Que gosto tem esta vitória no primeiro jogo deste Campeonato da Europa? Muito importante..
— Para o selecionador não é o sabor, mas ter mais pontos para avaliar. Este não foi um jogo para avaliar taticamente ou tecnicamente. Tivemos 13 cantos, a posse de bola foi 70 a 30, 18 remates, mas ganhámos porque mostrámos valores de equipa com resiliência e que acredita muito e sempre, valores de uma equipa que quer dar tudo por Portugal e isso para um selecionador é fantástico.

Qual foi a intenção de ter Nuno Mendes na linha de três centrais?
— Nuno Mendes tem grande capacidade de jogar numa linha de três, grande pé esquerdo, era importante ter simetria no bloco médio, a Chéquia tinha muita presença física, era importante ter o Rafael Leão por fora e depois Nuno Mendes que tem capacidade para chegar ao último terço. Mas importante não é o onze inicial mas a forma como terminámos todos juntos, o trabalho está a ser bem feito. A ideia era ter Cancelo e criar superioridade com Bernardo e Bruno, era importante ter chegada mais do que estar lá. A entrada de jogadores do banco mostrou que a equipa tem muitas opções, a entrada do Neto, do Francisco, do Gonçalo Inácio, o desempenho tático foi muito bom.

Como comenta a resposta de Francisco Conceição? Não acha que arriscou tarde no jogo?
— Merece isso, trabalha sempre com olhos na baliza, é muito vertical, tem faro de golo, foi o espanha-brasas que precisávamos neste jogo. Acho que não arrisquei tarde. Podemos avaliar tática, tecnicamente, mas a resposta é clara. Volto a dizer, ganhámos porque o grupo está junto, ganhámos resilência nos últimos dias, foi a primeira vez que demos a volta depois de estarmos a perder. Sofremos o primeiro golo na segunda parte, acontece no futebol, mereces ganhar mas o adversário é clínico em frente à baliza e pode ter sorte... mas tivemos uma força incrível e todos os 23 e os três guarda-redes estiveram juntos. Com estes adeptos também não podíamos perder, juntos fizemos jogo o perfeito para olhar agora para a Turquia.

Vitinha esteve em grande nível, concorda?
Vitinha foi muito importante dentro e fora nos três jogos amigáveis. Há muita competitividade, é importante ter Vitinha, que tem controle do jogo... é fácil mostrar coração de forma individual, mas mostrámos coração com disciplina! Continuamos a jogar e a controlar. É bom ver Vitinha ao melhor nível que vi na Seleção, temos de aproveitar.

Esperava que Francisco Conceição se afirmasse assim?
— O Francisco é o exemplo de merecer estar na Seleção e depois mostrar que está preparado para ajudar o grupo. O Chico tem uma maturidade incrível, muito vertical, tem cheiro para o perigo na área e mostrou isso. Ele está a fazer o que esteve a fazer nos últimos quatro meses na sua equipa. Não é fácil, mostra personalidade e as valências porque chegou aqui à Seleção.

Os festejos dele no golo, também por tudo o que se passou com o pai [Sérgio Conceição] durante a última época?
— Não, o Chico tem a sua família, como tem o Bernardo, Cristiano, Diogo Costa, todos têm um caminho de sacrifício das suas famílias. É fácil ter opinião porque conhecemos o pai do Chico, mas o Pedro Neto entrou depois de uma época difícil de lesões... tem a sua família e nós somos uma família também e mostrámos isso. Tivemos uma adversidade futebolística neste jogo, mas a forma como a equipa reagiu... mereceu a vitória. Para um selecionador é incrível, há carinho de grupo.

Portugal esteve a perder, porque não lançou Gonçalo Ramos?
— O Jota entrou para ocupar o espaço por dentro, Leão estava por fora, Cristiano ocupou o espaço na área. O Gonçalo tem outras valências que neste jogo não precisámos.

José Mourinho diz que Portugal tem muita qualidade e que até poderia ter duas seleções e continuaria candidato; como comenta?
— É uma força, mas também pode ser uma fraqueza, se não conseguirmos colocar este talento odo a jogar como equipa. Há muito talento individual, sim, e neste jogo fomos também uma equipa.