O elogio a Florentino, o aviso sobre a Escócia e… ‘ganhar o estádio’ antes de ganhar o jogo: tudo o que disse Martínez
Selecionador de Portugal fez antevisão do duelo deste terça-feira em Glasgow, a contar para a 4.ª jornada da Liga das Nações
- Vitinha disse algo interessante…
- O Vitinha diz sempre coisas interessantes [sorriso].
- Ele mencionou que o ambiente é uma das armas fortes da Escócia em casa…
- Faz parte do desafio deste estágio ter de jogar dois jogos fora de casa, em 72 horas, com estádios esgotados. Falámos do ambiente na Polónia e mostrámos boa personalidade, mas é mais forte ainda em Hampden. Importante é sermos nós mesmos num ambiente que ajuda muito a equipa da casa. Uma equipa que aqui ganhou à Espanha, que está a crescer, que acredita no que faz. O ambiente ajuda e temos de preparar-nos e mostrar personalidade. Na Polónia mostrámo-la, mas aqui temos de… ganhar o estádio antes de ganhar o jogo.
- A classificação da Escócia é para desconfiar? Sobretudo tendo em conta que marca sempre, perde nos instantes finais?...
- Boa observação. E sem dúvida que é assim. Já se viu em Lisboa que é uma seleção competitiva, que dá tudo até ao fim. Contra a Polónia, sofreram golo de penálti aos 90+7’, contra a Croácia foi também no último minuto [e com Portugal aos 88’]. Tem jogadores com boa qualidade técnica na zona entral, faz ataques rápidos, é equipa muito física. Respeitamos muito o que a Escócia pode fazer e os resutados não mostram até agora o que a equipa pode fazer.
– No final do jogo com a Polónia,. fez muitos elogios a Renato Veiga. Vai ser ele amanhã de novo ao lado de Rúben Dias?
– Não necessariamente. Importante agora é acrescentar mais elementos do grupo aos jogos e acho que o Renato fez isso, que acrescentou. É um jogador com futuro incrível, mas já, também, com um presente em que ajuda a Seleção, como se viu com a Polónia. Mas há outros centrais. Vamos gerir os jogadores, usar os que estão com boa energia, porque alguns deram tudo com Polónia e amanhã é necessária frescura e não arriscar lesões, até porque só 72 horas separam os jogos. Do Renato Veiga eu gostei muito. Aqui, é qualidade e não quantidade. E ele mostra que há qualidade para o futuro.
– Poderia esclarecer melhor o que quis dizer quando referiu sobre Florentino que os jogadores também têm de sentir e querer vestir a camisola de Portugal? As notícias que se seguiram referem que Florentino já disse que não várias vezes a Angola e família e pessoas próximas dizem que está ansioso por ser chamado por si...
– Primeiro ponto é… sublinhar o talento do Florentino. Gostamos muito dele, acompanho-o desde que cheguei à federação. Quando falei, falei em geral dos jogadores que podem representar diferentes seleções. Que é importante que desejem e queiram, que sintam Portugal e a Seleção. Não estava a falar do Florentino quando disse isso. A minha informação é que ele gosta de jogar por Portugal e fez isso com sucesso na formaçao. É continuar com o processo e sem dúvida tem qualidade para jogar pela Seleção.
– Falou do crescimento da seleção escocesa. O que mais tem a elogiar?
– É difícil estar aqui a falar bem da Escócia quando amanhã tenho de defrontá-la [risos]. A Escócia tem um estilo de jogo de alta energia, com jogadores de qualidade, muito bem organizada, rápida nos contra-ataques e não tenho dúvida de que Steve Clarke está a construir algo especial. Já se apurou para o Euro, está no primeiro grupo da Liga das Nações, está a crescer e vai ser mais forte.
– Mencionou os dois jogos fora, separados por 72 horas. Espera-se que um jogador de 39 anos consiga jogar de início nos dois jogos?
– Faz sentido, mas Ronaldo não trabalha nem joga como alguém de 39 anos. Depende de como se sentem e Ronaldo está a sentir-se bem. A ideia de dois jogos fora é como trabalhar entre jogos, como se gere a equipa que começa, que acaba e que joga no segundo jogo. Cristiano estará no jogo, mas não sei se de início ou se entra depois.
– Foi surpreendido pela Escócia no jogo da Luz?
– Não me surpreendeu. Já tinhamos visto uma equipa brava contra a Polónia. Creio que esta equipa tem mais do que um aspeto que possa ameçar-nos, é muito dinâmica, muito veloz.
– Como é ter centenas de pessoas sempre à volta de Cristiano Ronaldo?
– Ele trabalha sempre forte, para ajudar a equipa nos jogos. Já sabemos que é um ícone e que tem uma carreira única, com números que nenhum outro tem. Para mim é fácil gerir um jogador que quer sempre jogar e ganhar. O resto, a euforia à volta, é algo que nos dá prazer e força.