Hungria ou Eslovénia, qual o melhor cenário para Portugal?
Húngaros festejam vitória diante da Escócia (Foto: Alexandra Fechete/IMAGO)
Foto: IMAGO

Hungria ou Eslovénia, qual o melhor cenário para Portugal?

SELEÇÃO26.06.202401:10

Seleção magiar é a que reúne maior probabilidades de se cruzar com a Seleção Nacional

Hungria ou Eslovénia, uma destas será a adversária de Portugal nos oitavos de final do Euro 2024. O mais provável é que seja mesmo a seleção magiar, que a equipa das quinas defrontou recentemente no Euro 2016 (3-3), na fase de apuramento para o Mundial 2018 (dois triunfos, por 3-0 e 1-0) e no Euro 2020 (vitória por 3-0), ainda com Fernando Santos ao comando. Em 14 embates no total, são dez vitórias e quatro empates para os portugueses.

O conjunto orientado pelo italiano Marco Rossi assenta ideias num 5x2x3 de bloco baixo e saídas rápidas nas transições. Há um forte peso das bolas paradas, acentuado com a presença de Dominik Szoboszlai, médio do Liverpool e grande figura de uma equipa muito física.

Rossi tem rodado sobretudo os jogadores da defesa e do meio-campo e mantido fidelidade ao trio da frente, mas a lesão de Barnabás Varga obrigará certamente a mudanças.

Martin Ádam, que tem sido notícia sobretudo pelo aspeto físico, aparentemente por algum peso a mais, foi o escolhido para render o avançado do Ferencvaros no embate com a Escócia e poderá ser o preferido no próximo onze, uma vez que tanto Roland Sallai como Kevin Csoboth, antigo jogador da formação e da equipa B do Benfica, são mais jogadores que aparecem vindo dos flancos para momentos de finalização.

Ádam tem mostrado que o aspeto engana e, mesmo que seja suplente de Varga, mostra uma boa qualidade de passe e de gestão da posse de bola.

Na última linha, Bolla, um pouco mais dinâmico do que Fiola, tem-se assumido à direita, com Rossi a alternar também nos companheiros ao lado de Orbán: Lang, Dardái, Botka e até Fiola foram utilizados como centrais na fase de grupos.

No meio-campo, Nagy perdeu a titularidade para Callum Styles na partida com os escoceses, mas, embora tenha deixado escapar um pouco da aura após o Euro 2016, continua a ser pedra importante da Hungria, com Schaffer, um homem de equilíbrios com boa qualidade de passe, como bom complemento ao seu lado.

Hungria (5x2x3) – Gulacsi; Bolla, Fiola, Orban, Dardái e Kerkez; Schaffer e Nagy; Sallai, Ádam e Szoboszlai

Eslovénia

A outra hipótese será a Eslovénia, que Portugal defrontou uma única vez, a 26 de março desde ano, em Ljubljana, e perdeu por 2-0, com golos de Cerin (72’) e Elsnik (80’).

A Eslovénia, que se apurou pela primeira vez para a fase a eliminar de uma grande competição, e depois de três empates à semelhança do que aconteceu com Portugal em 2016, não deixa dúvidas quanto ao onze-tipo, uma vez que o selecionador Matjaz Kek utilizou sempre os mesmos titulares.

Eslovénia (4x4x2) – Oblak; Karnicnik, Drkusic, Bijol e Janza; Stojanovic, Cerin, Elsnik e Mlakar; Sporar e Sesko

Kek faz alinhar a sua equipa num clássico 4x4x2, com Jan Oblak, antigo guarda-redes do Benfica, a ser desde logo uma garantia de segurança defensiva, apesar da época menos eficiente no Atlético Madrid.

O conjunto esloveno é muito rigoroso no momento defensivo, mostrando-se sempre muito coeso e permitindo muito pouco aos rivais na sua grande área. Alterna momentos mais baixos com tentativas de condicionamento da construção contrária, complicando o caminho dos jogadores mais eloquentes com bola, e assim obrigando à entrada de outros, menos eficazes, no processo. Foi visível diante da Inglaterra como Guéhi e Trippier (destro à esquerda) acabaram por ser deixados muito mais à-vontade do que Stones e Walker, por exemplo.

A transição ofensiva é uma arma, sobretudo pela disponibilidade do ex-Sporting Sporar, embora nem sempre apresente discernimento e eficácia no momento da definição, ao contrário de Sesko, um excelente e completo avançado, que já testou os postes das balizas do torneio, porém ainda não festejou qualquer golo.

Hungria ou Eslovénia serão sempre dois rivais que voltarão a pôr ênfase no ataque posicional de Portugal (e em algumas questões ainda por resolver) pela forma como se colocarão em campo, sendo que o lado mais estratégico de Kek e dos eslovenos poderá levar o jogo para um campo mais difícil de gerir do ponto de vista luso.

Agora, será esperar para ver o que trará a última jornada, sendo que uma coisa é certa: Portugal é favorito qualquer que seja o adversário nos oitavos.